Dor e fraqueza muscular progressiva, que dificultam a realização de atividades corriqueiras simples como caminhar, subir escadas e até se levantar da cama, são alguns dos sintomas da polimiosite. A condição rara afeta mais adultos a partir dos 30 anos, sendo detectada com maior frequência em mulheres.
Caracterizada pela inflamação crônica dos músculos, ela atinge principalmente a musculatura localizada na região do tronco, podendo comprometer ombros, braços, pescoço, quadril, coxas e costas. Essa desordem degenerativa é uma miopatia idiopática inflamatória, assim como a dermatomiosite.
A diferença entre as duas miopatias é que a segunda atinge a pele, além de provocar fraqueza motora, como a primeira. Erupção cutânea avermelhada nas articulações e ao redor dos olhos, vasculite, pele grossa nas mãos e vermelhidão na base das unhas são algumas das manifestações associadas à dermatomiosite.
Já a polimiosite leva ao surgimento de dores nas articulações, fadiga intensa, febre e mudança na tonalidade da ponta dos dedos (doença de Raynaud), além de fraqueza que complica movimentos voluntários. Em algumas pessoas, a doença também pode afetar os pulmões e o esôfago, gerando transtornos ao respirar e engolir.
Causa exata é indefinida
A causa da polimiosite não é totalmente conhecida, porém estudos apontam que a inflamação da musculatura esquelética pode ser resultado de um mecanismo de autoagressão, com o sistema imunológico produzindo anticorpos que atacam os tecidos musculares saudáveis do organismo em vez de os defender.
Assim, a condição pode estar diretamente associada a doenças autoimunes. Pessoas que têm artrite reumatoide, esclerodermia, lúpus ou síndrome de Sjögren, entre outras patologias caracterizadas pelo ataque do corpo aos próprios tecidos, têm mais chances de desenvolver a condição.
Com a causa exata indefinida, o diagnóstico da polimiosite deve ser baseado em exame físico completo do indivíduo, investigando a perda da força muscular e as demais manifestações apresentadas. A análise do histórico familiar também auxilia especialistas, que têm a possibilidade de realizar testes complementares de sangue.
Nos exames, é verificado o aumento da creatinofosfoquinase, enzima produzida pelas fibras musculares, e se os anticorpos específicos das miopatias inflamatórias têm níveis alterados. Médicos podem solicitar, também, biopsia muscular, eletromiografia e ressonância magnética para obter um resultado mais conclusivo, conforme o caso.
Polimiosite tem cura?
No momento, não há cura para a polimiosite. Apesar disso, os tratamentos disponíveis são capazes de aliviar os sintomas e ajudar na recuperação da função muscular afetada pela doença, promovendo melhora considerável da qualidade de vida de pacientes.
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Para tanto, médicos podem recomendar a administração de corticoides para dores e inflamações e de imunossupressores com o objetivo de controlar a resposta imune contra as células do próprio organismo. Fisioterapia para evitar a atrofia muscular é outra indicação, bem como sessões de fonoaudiologia, se houver comprometimento dos músculos do esôfago.
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Fonte: Drauzio Varella, Tua Saúde