Síndrome pós-covid: como tratar crianças e adolescentes?

25 de agosto de 2021 3 mins. de leitura
Segundo estudo britânico, sintomas da covid longa são raros nesta faixa etária, mas requerem atenção

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Náuseas, tosse, suor, zumbido no ouvido, falta de ar, fadiga e problemas de sono são alguns dos sintomas identificados na covid longa. A síndrome pós-covid-19 já tem 55 sintomas relacionados, e o número continua aumentando.

Há relatos de pacientes que ainda apresentam reações meses depois de serem totalmente curados. A partir de estudos preliminares há um consenso científico inicial de que um em cada dez pacientes com covid-19 apresentará sintomas 12 semanas após o diagnóstico da doença. 

Um estudo realizado no Reino Unido e publicado na revista The Lancet Child & Adolescent Health aponta que os jovens tem menos chance de desenvolver a covid longa, sendo que a maioria das crianças analisadas melhoraram após seis dias.

Covid-19 em crianças e adolescentes

Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que crianças e adolescentes têm baixa taxa de transmissão de covid-19. A pesquisa analisou dados de 323 crianças de 0 a 13 anos, 54 adolescentes de 14 a 19 anos, e 290 adultos, entre maio e setembro de 2020. Todos eram moradores da comunidade de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com o estudo, apenas 45 jovens testaram positivo, cerca de 13,9% do total.

Além de ser um grupo com contágio menor, o aparecimento da covid longa é menos comum em crianças e adolescentes do que em adultos. Foi essa conclusão que o estudo realizado no Reino Unido mostrou. (Fonte: Freepik/prostooleh/Reprodução)
O aparecimento da covid longa é menos comum em crianças e adolescentes do que em adultos. (Fonte: prostooleh/Freepik/Reprodução)

A pesquisa realizada no Reino Unido mensurou a síndrome pós-covid em jovens. Os pesquisadores analisaram os dados de 1734 crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, que testaram positivo para a covid-19. Na maioria dos casos, houve uma melhora de sintomas após seis dias. 

Apenas 4,4% continuaram sentindo algo além de quatro semanas, com pelo menos dois sintomas persistentes. Menos de 2% tiveram sintomas por mais de oito semanas. Os dados foram coletados entre 1º de setembro de 2020 e 22 de fevereiro de 2021.

Como identificar e tratar os sintomas?

As crianças, em sua maioria, são assintomáticas, mas no caso de apresentarem sintomas, eles são passageiros. Porém, se a situação persistir é importante buscar tratamento. 

Os especialistas ainda não sabem se essa situação refere-se a uma versão crônica de covid-19 ou de sequelas da doença que já passou. Os sintomas mais comuns são fadiga, falta de ar, dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, perda de paladar e olfato. 

Os cientistas ainda estão verificando se certas sequelas podem ser permanentes, porém a maior parte dos quadros tem se resolvido. Agir rápido e receber a assistência correta faz a diferença. (Fonte: StockSnap/Reprodução)
Os cientistas ainda estão verificando se as sequelas podem ser permanentes. (Fonte: StockSnap/Reprodução)

Nos pulmões, por exemplo, onde a doença é mais intensa, as fibroses atrapalham a respiração. Por isso, o cansaço na síndrome pós-covid. A fadiga e a dificuldade de movimentação também são comuns e não ocorrem apenas pelo prejuízo no pulmão. As citocinas atacam os músculos, que geram dores e sensação de fraqueza. 

Além disso, o próprio sistema nervoso, que comanda o tecido muscular, pode ser afetado pela inflamação causada pelo vírus, que piora a situação. Para a reabilitação, os médicos recomendam retomar as atividades aos poucos e com acompanhamento médico. Em casos mais graves, é possível realizar treinamentos dos músculos e fortalecimento da capacidade respiratória com auxílio de fisioterapeutas.     

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Fonte: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), The Lancet.

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