Sintomas da paralisia de Bell são confundidos com os do AVC - Summit Saúde

Sintomas da paralisia de Bell são confundidos com os do AVC

17 de setembro de 2022 4 mins. de leitura

Doença é causada pela inflamação do nervo facial, responsável por controlar a contração da musculatura do rosto

Publicidade

Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil

A paralisia facial periférica, também conhecida por paralisia de Bell, é uma doença causada pela inflamação do nervo facial responsável por controlar a contração da musculatura do rosto. Isso faz que o nervo pare de funcionar parcial ou completamente.

O problema ocorre porque essa inflamação leva ao inchaço do nervo e dos pequenos vasos sanguíneos que ficam ao redor. Por serem cercados de ossos do crânio, eles são comprimidos e interferem na capacidade do nervo de conduzir os impulsos elétricos.

Isso leva à incapacidade do nervo de se comunicar com os músculos do rosto, causando a paralisia da face. Aliás, uma curiosidade é que a doença recebe esse nome em homenagem ao médico escocês Charles Bell, o primeiro que descreveu a doença e suas características clínicas (veja abaixo).

Quais são os sintomas da paralisia de Bell?

As manifestações da doença podem ser confundidas com as de um acidente vascular cerebral (AVC), mas a grande diferença é que a condição não causa paralisia em outras partes do corpo — o problema ocorre no rosto. Além disso, no derrame, geralmente, a boca entorta sem atingir o olho. Veja os sintomas da paralisia de Bell:

  • perda súbita ou total dos movimentos de um lado do rosto;
  • dificuldade para realizar movimentos simples, como erguer a sobrancelha, piscar ou fechar os olhos, sorrir mostrando os dentes e franzir a testa;
  • ressecamento do olho (olho seco) e da saliva (boca seca);
  • lacrimejamento e salivação em excesso;
  • desvio da boca para o lado oposto ao da paralisia (boca torta);
  • dor nas proximidades da orelha e da mandíbula;
  • comprometimento do paladar em parte da língua;
  • hipersensibilidade auditiva;
  • dores de cabeça e de ouvido;
  • flacidez facial responsável pela dificuldade de soprar, assobiar e conter líquidos dentro da boca.

Com o surgimento dos sintomas, é essencial procurar um médico com urgência para entender as causas, evitando consequências mais graves. O diagnóstico costuma ser clínico, com avaliação de especialistas.

Em algumas situações, pode ser necessário a eletroneuromiografia, um exame que analisa a gravidade das lesões do sistema nervoso periférico e capta a atividade elétrica dos nervos e músculos envolvidos.

Dor de cabeça está entre os sintomas da paralisia de Bell
Dor de cabeça está entre os sintomas da paralisia de Bell. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Veja as principais causas da doença

Havia uma crença de que a paralisia de Bell poderia ser resultado dos “choques térmicos” e “golpes de ar”, mas não há comprovação científica até o momento, mas também não foi identificada a causa exata do problema. Então, o que se sabe é que ela pode estar relacionada com alguns quadros, como:

  • vírus do herpes simples (labial e genital);
  • vírus do herpes zoster (varicela e catapora);
  • citomegalovírus;
  • vírus Epstein-Barr (mononucleose);
  • doença de Lyme;
  • adenovírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, estresse, fadiga extrema, baixa da imunidade, tumores, traumas e otite média também podem estar envolvidos no aparecimento da doença.

Há remédios que auxiliam no tratamento
Há remédios que auxiliam no tratamento. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Como funciona o tratamento?

A maioria das pessoas com paralisia de Bell se recupera completamente, mas isso pode levar de três semanas até nove meses. Uma minoria de pessoas fica com sequelas ao longo da vida.

O início precoce do tratamento (de dois dias a três dias) encurta a duração dos sintomas e diminui as chances de sequelas. Os medicamentos que ajudam os pacientes são os esteroides (também conhecidos por corticoides), que reduzem o inchaço e melhoram as chances de recuperação completa.

Remédios antivirais também podem ser utilizados, mas em conjunto com esteroides, especialmente quando a fraqueza facial é grave.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fontes: Drauzio Varella, Ministério da Saúde, Hospital Albert Einstein.

Webstories