O que é Gestalt-terapia e para que serve?

6 de abril de 2020 4 mins. de leitura
Técnica auxilia o indivíduo por meio de seus sentimentos e suas percepções atuais

A Gestalt-terapia, também conhecida como Abordagem Gestáltica, teve sua concepção na Alemanha, nos anos de 1920. Contudo, chegou ao Brasil apenas na década de 1970, por meio de Thérèse Tellegen, e foi desenvolvida em muitas instituições em todo o País, quando se tornou parte dos currículos dos cursos de graduação em Psicologia. Atualmente, sua linha teórica aparece nos cursos de pós-graduação, segundo informações da Associação Brasileira de Gestalt-terapia e Abordagem Gestáltica (ABG).

A terapia nasceu a partir da Psicologia Humanista, considerada a 3ª Força, como alternativa à 1ª e 2ª Força — o Behaviorismo e a Psicanálise, respectivamente. A linha de trabalho da Gestalt-terapia enfatiza o autoconhecimento e o crescimento pessoal, focando no homem e em suas percepções do presente, como capacidade de se autogerir e regular.

A Gestalt-terapia

Friedrich Perls tinha críticas ao método freudiano, por ser muito interpretativo e voltado ao passado — os problemas são trabalhados em cima de traumas e experiências antigas. Devido a isso, ele propôs uma terapia mais centrada no sujeito e no “aqui e agora”, abrangendo a sua totalidade: fantasias, sonhos, sensações, pensamentos e tudo que se manifestasse naquele momento. Assim, trabalha-se na experiência única da pessoa e na forma como ela percebe a si mesma e o mundo, sendo encorajada a experimentar situações atuais, por meio da reencenação.

Na terapia, os transtornos não são vistos como doenças que precisam ser curadas, mas sim uma parte da pessoa que precisa ser desenvolvida. A Gestalt trabalha na conscientização do que está acontecendo para facilitar que o próprio sujeito consiga alterar o que o incomoda, a partir de três conceitos principais: aqui e agora; consciência; e responsabilidade.

(Fonte: Freepik)

Uso da Terapia Gestalt

A terapia Gestalt é utilizada para o trabalho com crianças, adolescentes, casais, famílias, grupos ou individualmente. Pode ser direcionada ao auxílio em vários tipos de condições, como:

  • sexualidade, autoestima e autoconfiança feminina;
  • novos olhares sobre problemas como depressão, estresse, ansiedade e bipolaridade;
  • atendimentos comunitários;
  • prevenção e pósvenção do suicídio;
  • identidade de gênero;
  • luto;
  • terapias para auxílio com as diversas psicopatologias da criança;
  • intervenções em casos de violência familiar.

Segundo um artigo acadêmico publicado na Phenomenological Studies, Revista da Abordagem Gestáltica, reproduzido pelo Pepsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia), a Gestalt-terapia é recomendada principalmente em casos de pessoas com câncer. De acordo com a publicação, a abordagem ajuda os indivíduos a não se enxergarem apenas como adoecidos ou pacientes, recebendo o apoio de alguém que os acolha e compreenda.

(Fonte: Freepik)

A Gestalt-terapia e a Psicologia da Gestalt

Apesar de o nome derivar da mesma vertente, a Gestalt-terapia e a Psicologia da Gestalt têm propósitos diferentes. A primeira visa trabalhar clinicamente, enquanto a segunda é voltada ao estudo e à elaboração de teorias acerca das questões da percepção humana. Também chamada de Psicologia da Forma, a Psicologia da Gestalt influencia, por exemplo, o trabalho de designers.

Na área, esses profissionais precisam compreender como as pessoas veem as formas que eles criam, como a informação é passada por meio delas. Assim, estudando Gestalt, é possível entender por que algumas formas agradam mais que outras. Dessa maneira, conseguem manipulá-las para alcançar seu objetivo de comunicação.

Fonte: Conselho Federal de Psicologia, Núcleo de Gestalt Terapia Integrada, Associação Brasileira de Gestalt-terapia e Abordagem Gestáltica (ABG), Instituto de Psicologia Gestáltica do Rio Grande do Sul, Pepsic – Periódicos Eletrônicos em Psicologia.

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