Quais são as diferenças entre parto normal e parto humanizado?

30 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
Parto humanizado é uma tendência no sistema de saúde para oferecer uma melhor experiência para a gestante e o bebê

Por muito tempo, os únicos tipos de parto eram o normal e a cesariana, e os dois são muito diferentes: enquanto no parto normal o bebê nasce pelo canal vaginal, a cesariana exige uma cirurgia, com o bebê sendo extraído diretamente do útero. No geral, a cesariana é recomendada apenas em casos de risco ou emergência, com o parto normal sendo a primeira opção.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina algumas diretrizes para o parto normal, que deve ser acompanhado por um médico que conhece o plano da gestante e de sua família, além do seu histórico de saúde. O bem-estar físico e mental da mulher é essencial antes, durante e depois de dar à luz.

Porém o parto normal no sistema de saúde brasileiro vem sendo permeado de procedimentos invasivos que muitas vezes são realizados sem o consentimento da gestante. Um exemplo claro é o uso de fármacos para estimular o nascimento ou para evitar a dor: mesmo que pareça positivo, é preciso pedir permissão à paciente antes de aplicar os medicamentos, e isso nem sempre acontece.

Outros procedimentos comuns que são ineficazes e até mesmo prejudiciais são lavagem intestinal, infusões intravenosas, uso da posição ginecológica (deitada, com as pernas levantadas em apoios), distensão de períneo e até mesmo lavagem do útero após o parto.

Nesse cenário, o parto normal se distancia do que deveria ser: a forma mais natural de parir. Com remédios e técnicas de indução para apressar o parto, o tempo da mãe e do bebê acaba não sendo respeitado. Foi para resolver essas questões que surgiu o parto humanizado.

Diferenças entre parto humanizado e parto normal

Você já deve ter ouvido falar no parto humanizado, mas quais são as diferenças em relação ao parto normal? O primeiro aspecto é a importância das decisões da gestante. Quando o nascimento é humanizado, os desejos da mamãe são colocados em primeiro lugar e ela tem acesso a todas as informações possíveis sobre o assunto, para poder tomar decisões conscientes e bem informadas.

O parto humanizado também é realizado com acompanhamento médico, como o normal, mas sem tantas intervenções. O objetivo é deixar que o bebê nasça da maneira mais natural possível e permitir que a mamãe se recupere em menos tempo, sem experiências traumatizantes, situações estressantes ou intervenções desnecessárias.

A chegada da mulher à maternidade também muda quando se fala em parto humanizado. Na maioria das vezes, a gestante acredita que precisa ir imediatamente ao hospital quando começa a sentir as contrações, porém ela pode continuar em casa até que as contrações se tornem mais constantes.

Além disso, a liberdade de posição é importante: enquanto no parto normal a equipe do hospital costuma incentivar a mulher a ficar deitada, no parto humanizado ela pode escolher a posição que parecer mais confortável e conveniente. Muitas preferem ficar de cócoras, por exemplo, o que facilita a passagem do bebê pelo canal vaginal.

O parto humanizado também tem como foco a família. Apesar do protagonismo da mulher, a equipe médica deve se dedicar a informar e envolver a família, assegurando que todos estarão preparados para o momento do nascimento e saberão o que fazer. No Brasil, a lei do acompanhante garante que a gestante pode ficar assistida por um familiar durante todo o trabalho de parto.

Esses detalhes são uma maneira de fazer com que mais mulheres optem pelo parto vaginal em oposição à cesariana, pois vaginal respeita o tempo da gestante e do bebê, o que só traz vantagens para a criança no futuro: nascendo no momento certo, ela está completamente desenvolvida e sua imunidade é maior. E o parto vaginal libera uma série de hormônios que estimulam a produção do leite materno, facilitando o começo da amamentação, algo essencial para manter a criança forte e saudável.

Depois do parto, o bebê deve ser entregue primeiro à mãe, pois esse contato imediato estimula o vínculo familiar, trazendo segurança para o recém-nascido e conforto para a mulher.

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Fonte: EBC, Pastoral da Criança.

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