A amamentação exclusiva fortalece a saúde de mulheres e crianças em curto e longo prazos
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No Brasil, agosto foi o mês escolhido para conscientizar a população sobre a importância e os benefícios do aleitamento materno. Chamado de Agosto Dourado, o período simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, que ainda enfrenta muitos obstáculos em todo o mundo, entre eles a falta de informação e de apoio às lactantes.
Embora o leite materno seja comprovadamente o melhor alimento para recém-nascidos e crianças até 2 anos de idade, apenas 38% dos bebês são alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses na região das Américas e só 32% continuam sendo amamentados até os 24 meses, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
De 1° a 7 de agosto, ações de conscientização acontecem em vários países durante a Semana da Mundial de Aleitamento Materno. O tema definido para este ano, “Apoie o aleitamento materno para um planeta mais saudável”, tem como principais objetivos informar a população sobre as ligações entre a amamentação e o meio ambiente e fixar a amamentação como uma decisão climática inteligente por ser natural, renovável e ambientalmente segura.
Segundo a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN Brasil), a amamentação é um dos melhores investimentos para salvar vidas infantis e melhorar a saúde, o desenvolvimento social e econômico dos indivíduos e nações. Segundo a entidade, “criar um ambiente propício para padrões de alimentação infantil ideais é um imperativo da sociedade”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida, pois assim ela protege os bebês de infecções, diminuindo drasticamente os índices de mortalidade infantil.
De acordo com o Caderno de Atenção Básica produzido pelo Ministério da Saúde, em curto prazo o leite materno protege os bebês de infecções respiratórias, diarreia e alergias.
Também há evidências que sugerem que o aleitamento materno diminui os riscos de doenças crônicas como hipertensão e colesterol alto na vida adulta. Um estudo da OMS indica que indivíduos amamentados apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas (-1,2 mmHg e -0,5 mmHg, respectivamente) e menores taxas de colesterol total (-0,18 mmol/L).
O indivíduo amamentado exclusivamente com leite materno até os 6 meses de vida também adquire proteção contra diabete, já que a exposição ao leite de vaca antes dos 4 meses é um fator determinante do diabete tipo 1, podendo aumentar em 50% o risco de aparecimento da doença. A amamentação também protege da diabete tipo 2; segundo o estudo da OMS, o risco diminui em 37%.
Ainda em longo prazo, o aleitamento materno reduz as chances de obesidade. Acredita-se que a composição única do leite materno seja capaz de participar do processo de “programação metabólica” dos bebês, alterando o número e o tamanho de suas células de gordura.
Os benefícios para as crianças ainda incluem melhor desenvolvimento cognitivo e melhor desenvolvimento da cavidade bucal, pois o movimento que o bebê realiza para retirar o leite da mama propicia uma melhor conformação do palato duro, fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária.
O aleitamento materno também apresenta vários benefícios para o bem-estar e a saúde das mulheres. O principal deles está relacionado à incidência de câncer de mama. Estima-se que o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de amamentação. Segundo estudo do Grupo Colaborativo de Fatores Hormonais em Câncer de Mama, essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença ou não de menopausa.
O documento apresentado pelo Ministério da Saúde ainda aponta que o ato de amamentar diminui a incidência de câncer de ovário e útero, hipertensão e doença coronariana, doença metabólica, diabete tipo 2, obesidade, osteoporose, artrite reumatoide e depressão pós-parto, bem como redução do risco de recaída de esclerose múltipla pós-parto.
Todas essas vantagens resultam em uma melhor qualidade de vida para a família, uma vez que crianças amamentadas adoecem menos — o que, consequentemente, significa economia financeira, menos estresse e menor necessidade de pais se ausentarem do trabalho.
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Fontes: Ministério da Saúde, Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN Brasil) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).