AAS: para que serve o Ácido Acetilsalicílico?

9 de março de 2022 4 mins. de leitura
Um dos fármacos mais populares, o AAS, é utilizado principalmente para baixar a febre e tratar a inflamação

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O Ácido Acetilsalicílico (AAS), é um dos remédios mais usados no mundo e é comercializado pela farmacêutica Bayer desde 1899. Ele é um remédio anti-inflamatório não esteroidal, que age como analgésico e antifebril. 

O uso prolongado, em baixas doses, tem efeitos anticoagulantes e pode ajudar no combate de casos de acidente vascular cerebral (AVC) e trombose, porém seu uso deve ser feito com supervisão médica, pois pode gerar uma série de efeitos colaterais.

O que é e de onde surgiu o Ácido Acetilsalicílico?

Há mais de 4 mil anos, no Antigo Egito, já eram conhecidas as propriedades anti-inflamatórias da casca do salgueiro (árvore do gênero Salix, da família Salicaceae). Durante o século 19, cientistas descobriram a princípio ativo desta casca, o ácido salicílico. 

Mais tarde o químico alemão Adolph Wilhelm Hermann Kolbe conseguiu, a partir deste, sintetizar o Ácido Acetilsalicílico. A descoberta foi patenteada pela indústria química Bayer, empregadora de Kolbe, e a partir de 1900 o composto começou a ser vendido e logo se tornou um dos remédios mais populares do mundo.

Fórmula química do Ácido Acetilsalicílico (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Fórmula química do Ácido Acetilsalicílico (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Para que serve o Ácido Acetilsalicílico?

O ácido acetilsalicílico tem efeito anti-inflamatório e antiagregante plaquetário, o que previne coágulos sanguíneos. Portanto, a medicação é comumente utilizada em casos de:

  • dor de cabeça;
  • dor de garganta;
  • dores musculares;
  • dores articulares;
  • dores de dente;
  • dores nas costas;
  • febre;
  • dores decorrentes de doenças reumáticas.

Suas propriedades anticoagulantes também fazem com que o remédio seja usado em casos de angina, redução de risco de doenças cardiovasculares, prevenção de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), infarto e na preparação para cirurgias de ponte de safena.

Quais os efeitos esperados com o Ácido Acetilsalicílico?

De modo geral, os anti-inflamatórios não esteroides inibem a atividade da enzima ciclooxigenase (COX). Isso gera a diminuição da síntese de prostaglandinas, com a diminuição da ação destas nos tecidos inflamados tem-se a ação anti-inflamatória. 

Além disso, o medicamento tem uma ação no centro hipotalâmico de regulação do calor, permitindo a sua ação contra a febre. A ação antirreumática decorre dos mecanismos anti-inflamatórios e analgésicos.

A ação anticoagulante ocorre pela inibição da ciclooxigenase (COX) nas plaquetas, o que impede a formação do tromboxane A2 (agente agregante). Esta ação antiagregante plaquetária é irreversível, e persiste pelo tempo de vida das plaquetas expostas.

O medicamento tem boa farmacocinética, começando a fazer efeito em até vinte minutos e sua ação pode durar até seis horas. Normalmente, seu uso é indicado por um período de três a cinco dias. 

Fórmula da AAS é derivada de princípio encontrado na casca do salgueiro. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Fórmula da AAS é derivada de princípio encontrado na casca do salgueiro. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Riscos e cuidados no uso

Apesar de ser um Medicamento Isento de Prescrição (MIP), ou seja, pode ser adquirido em farmácia sem receita médica, especialistas aconselham cuidado no uso. Efeitos colaterais, como o sangramento do estômago e reações imunológicas podem ocorrer. 

O uso prolongado do ácido acetilsalicílico pode ocasionar úlcera gástrica ou intoxicação por ácido acetilsalicílico, condição caracterizada por sintomas como tontura, zumbido no ouvido, dor de cabeça ou confusão mental. O uso do medicamento deve ser evitado, ou analisado em questões de riscos e benefícios em situações de:

  • pessoas com problemas de sangramento, como a hemofilia;
  • alergia ao ácido acetilsalicílico;
  • gestantes;
  • pessoas com histórico de úlceras;
  • insuficiência renal, hepática ou cardíaca grave.

Além disso, deve-se avaliar o uso do AAS em casos em que outros medicamentos estejam sendo utilizados, para evitar interações medicamentosas problemáticas.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em saúde.

Fonte: Brasil Escola, Viva Bem, Tua Saúde, InfoEscola, MedicinaNet.

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