De acordo com pesquisas, pessoas que estudam mais envelhecem melhor e previnem Alzheimer
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O Alzheimer é uma das doenças neurológicas mais comuns que existem. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 2 milhões de pessoas sofrem de alguma patologia desse tipo, sendo que de 40% a 60% especificamente da doença citada.
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No entanto, essa porcentagem ainda é subestimada, tendo em vista a dificuldade de diagnóstico. A estatística vem preocupando cientistas, que investigam as possíveis formas de prevenção. É o caso da neurologista Elisa Resende, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, que busca entender como o estudo impacta no desenvolvimento de sintomas relacionados à demência, comum nos casos de Alzheimer.
Pela Universidade Federal de Minas Gerais, foi publicado um artigo com as descobertas da neurologista. Ao longo do conteúdo, mostraremos as informações baseadas nele.
Elisa descobriu, através de seus estudos, que a educação ajuda a retardar os sintomas dessa doença. Como seus resultados são bem promissores, ela conseguiu financiamento de instituições renomadas, como o Instituto Global do Cérebro e a Alzheimer Association.
Desse modo, o intuito é aprofundar ainda mais a pesquisa, identificando, por exemplo, se a Educação de Jovens e Adultos (EJA) aplicada no Brasil também pode ser útil nesse processo. O objetivo é analisar se a EJA é eficiente no combate dos sintomas de pacientes que não finalizaram os estudos ainda na infância.
Inúmeras pesquisas ao redor do mundo chegaram a uma conclusão muito interessante sobre esse assunto. Uma delas publicada em 2007, por Catherine M. Roe e colaboradores, e outra em 2019, por Chen Yaojing e parceiros, são alguns exemplos.
De acordo com esses estudos, a demência tende a ser mais presente em pessoas que concluíram até o Ensino Médio. Indivíduos que possuem formação superior têm sintomas de forma mitigada.
O fato de haver pessoas por todo o mundo chegando a conclusões parecidas comprova o quão próximo se está do desenvolvimento de uma solução eficaz de tratamento.
Assim, fez-se necessária uma análise, a fim de checar se esse padrão se repete no Brasil. Elisa Resende e sua equipe notaram que pessoas com no mínimo quatro anos de estudo já tinham conexões cerebrais mais íntegras.
Corroborando esses dados, outros estudos, como o de Merle C. Hoenig, apontam na mesma direção sobre a prevalência da demência, ao mostrarem que o nível desse sintoma em pessoas analfabetas é o dobro quando comparado com indivíduos alfabetizados.
Com base nas análises da neurologista Elisa Resende e de seu time de pesquisadores, a educação tende a ser uma das protagonistas no combate a essa doença. Todas as evidências coletadas nas análises apontam-na como uma ferramenta bastante eficiente.
Desse modo, a educação parece expandir os horizontes quando se fala de demência e Alzheimer. Com ela, boa parte da qualidade de vida do paciente pode ser prolongada, e o impacto sobre seus familiares e outras pessoas próximas tende a ser menor.
Apesar de não ser possível ainda afirmar com certeza esse “esquema de causa e efeito”, os estudos são muito promissores. Já se sabe que as habilidades como ler, escrever e fazer cálculos simples são essenciais no combate a enfermidades desse tipo e, por consequência, do Alzheimer.
Pessoas com essa doença têm sua qualidade de vida seriamente comprometida. Elas perdem a autonomia e passam a depender de cuidadores para as atividades cotidianas, como comer, tomar banho e se locomover.
Além disso, quem está em volta (geralmente familiares e amigos) também acaba sofrendo bastante, já que muitas vezes se torna o responsável por cuidar do paciente. Inclusive, muitos passam a se dedicar integralmente à situação.
Além disso, esse impacto se estende a instituições públicas, como o Sistema Único de Saúde (SUS), porque elas entram como o principal pilar no tratamento da doença. Portanto, inúmeros recursos financeiros são destinados a tratamentos, ainda que existam problemas com questões primordiais, por exemplo o diagnóstico preciso.
Resumidamente, todos sofrem, em conjunto, quando se fala do Alzheimer.
Pode-se associar essa ferramenta como uma possível variável na redução de custos, pois o tratamento é dispendioso para o SUS. Dessa forma, todas as pesquisas colocam a educação como uma aliada, que consegue atingir diversas perspectivas referentes a essa doença.
Dentro desse contexto, um cenário positivo se apresenta no País. De acordo com a Agência Brasil, o número médio de anos de estudo vem aumentando — em 2018, eram aproximadamente 9,3 anos.
Assim, acredita-se que o caminho no combate à demência vem sendo traçado. Claro, ainda são necessárias mais avaliações para que se possa afirmar com toda a certeza a veracidade dessas evidências. No entanto, as expectativas são grandiosas.
Por fim, os estudos sobre o Alzheimer e outros problemas neurológicos vêm avançando bastante nos últimos anos. Desse modo, espera-se que, em um curto espaço de tempo, as respostas referentes a esse assunto possam ser ainda mais concretas.
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Fontes: Universidade Federal de Minas Gerais, Academia Americana de Neurologia, Ingenta Connect e Neurology