Isso foi o que concluíram os autores de um estudo realizado no Reino Unido
Publicidade
Para aqueles que acreditam que é preciso muito — tempo, dinheiro, disciplina, dedicação, empenho… — para ser mais feliz e saudável, um estudo apresentado recentemente por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, sugere exatamente o contrário.
A pesquisa envolveu a análise de informações de cerca de 20 mil pessoas, das mais variadas faixas etárias, etnias, classes sociais, ocupações, gêneros etc., que vivem em áreas urbanas do Reino Unido. A conclusão foi que a exposição por 120 a 300 minutos por semana ao ar livre já é suficiente para trazer impactos positivos sobre a saúde. Segundo o estudo, “doses” semanais de apenas duas horas em contato com a natureza têm o poder de fazer com que nos sintamos melhor física e emocionalmente.
De acordo com os pesquisadores, dos milhares de perfis analisados, aqueles que afirmaram passar pelo menos duas horas por semana ao ar livre reportaram se sentir mais saudáveis e felizes do que os que não têm contato algum com a natureza. Além disso, os cientistas descobriram que não importa como esse tempo é usado — aparentemente, não faz a menor diferença se ele é passado em uma praça, jardim, parque ou fazenda nem se os 120 minutos transcorrem em uma única sessão ou se são distribuídos em pequenas doses ao longo dos sete dias; o que importa mesmo é sair e aproveitar as áreas verdes do mundo exterior.
Outra descoberta interessante feita pelos pesquisadores foi que o intervalo mínimo em contato com a natureza para que os benefícios sejam realmente notados deve ser de 2 horas semanais (pessoas que passaram de 1 a 119 minutos ao ar livre não apresentaram qualquer diferença), e que mais de 300 minutos não oferecem nenhuma vantagem extra.
Com relação aos benefícios propriamente ditos, os pesquisadores identificaram menor risco de desenvolvimento de condições como obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares, doenças respiratórias, problemas mentais como ansiedade e depressão e índices mais baixos de mortalidade. Em crianças, especificamente, os pesquisadores identificaram menor incidência de sobrepeso e obesidade infantil e de diagnóstico de miopia.
Na realidade, essa não é a primeira vez que pesquisadores encontram uma ligação positiva entre o contato com a natureza e algum tempo ao ar livre e a saúde e o bem-estar. Para se ter ideia, na Escócia, muitos médicos já reconhecem essa tendência e inclusive têm permissão para, dependendo do caso, prescrever sessões de caminhada em áreas verdes para seus pacientes.
Ademais, há décadas se sabe que pacientes hospitalizados geralmente respondem melhor a tratamentos quando são expostos à luz natural do que os que ficam isolados ou em quartos cujas janelas dão para outros edifícios ou paredes. No entanto, nunca um estudo havia identificado uma “dosagem” mínima que pudesse ser “prescrita” com o objetivo de trazer benefícios físicos e mentais.
Fontes: Tree Hugger / Melissa Breyer, Big Think / Derek Beres, Fast Company / Adele Peters