Encontrada em chás, bebidas energéticas e café, essa substância ajuda a induzir o corpo a um estado de alerta, mas pode ter efeitos colaterais
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O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, ficando atrás apenas da água, segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Substância estimulante encontrada em café, chás e bebidas energéticas, a cafeína é responsável por providenciar um pico de energia, bloqueando o efeito de neurotransmissores responsáveis pelo cansaço e aumentando os estímulos de alerta no cérebro.
Mas você já parou para pensar em todos os efeitos que ela pode causar em nosso corpo?
Responsável por reprimir estímulos do cansaço e aumentar o estado de alerta em nosso cérebro, a cafeína bloqueia os efeitos da adenosina, um neurotransmissor responsável pela sensação de relaxamento e cansaço do corpo.
Em contrapartida, a cafeína aumenta a atividade de outras substâncias no cérebro, como a dopamina, a norepinefrina e a adrenalina.
A dopamina está diretamente associada ao humor e ao prazer. Esse neurotransmissor funciona como um mensageiro químico, sendo muito importante para o “sistema de recompensa” de nosso cérebro. Ou seja, é o que nos faz ter a sensação de prazer ao comer depois de passar um período com fome, de finalizar uma tarefa difícil ou de assistir a algo engraçado.
Já a norepinefrina e a adrenalina são decorrentes da liberação da dopamina e atuam de formas similares. A primeira é responsável pelo aumento da atividade cardiovascular e da pressão arterial, o que ajuda na sensação de alerta e na agitação, muito comuns após o consumo do café.
A adrenalina também aumenta a pressão arterial e a atividade vascular, porém tem a função de preparar o corpo para grandes atividades. Quando tomamos um susto, sentimos que estamos em perigo ou ficamos muito nervosos para falar em público, há um pico de adrenalina. Essa sensação de nervosismo, alta atividade cardíaca e ansiedade nada mais é do que o corpo se preparando para vencer algum obstáculo.
Ao analisar de perto a ação dos neurotransmissores, bloqueados ou estimulados pela cafeína, é possível compreender mais facilmente por que nos sentimos mais acordados ao tomar um café, por exemplo.
Apesar de o pico de energia e o estado de alerta serem desejados na hora de consumir o café, o uso de doses muito elevadas pode levar a alguns efeitos colaterais ruins. Alguns deles podem ser pouco incômodos, mas outros, muitas vezes, se tornam um problema maior.
A mudança no equilíbrio dos neurotransmissores pode gerar crises de ansiedade, taquicardia, palpitações, tremores, dores de cabeça e insônia. Por isso, é muito importante estar atento às doses, considerando seu organismo e o horário de consumo, visto que convém evitar a substância próximo do momento de dormir.
A cafeína também pode causar irritação no sistema digestório, gerando episódios de diarreia, náuseas, úlceras e gastrite. Para pessoas com estômago mais sensível ou problemas de ansiedade, por exemplo, a versão descafeinada pode ser uma boa alternativa.