Cerca de três milhões de brasileiras deixaram de realizar exames de rotina contra o câncer de mama em 2020
Publicidade
Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
A crise sanitária decorrente da pandemia levou à suspensão de uma série de procedimentos eletivos, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto nas redes privadas, com o objetivo de preservar leitos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Em decorrência disto, um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) identificou que, desde março de 2020, mais de 30 milhões de procedimentos médicos e ambulatoriais do SUS deixaram de ser realizados.
Entre os procedimentos cancelados, estima-se que 16 milhões teriam finalidade diagnóstica, o que afetou diversas mulheres que deveriam fazer o acompanhamento de casos de câncer de mama.
Um estudo da rede de medicina diagnóstica e hospitais, Dasa, ressalta que 3 milhões de mulheres deixaram de realizar exames de rastreio ou diagnóstico de câncer de mama durante o período da pandemia da covid-19. Segundo o levantamento, 91,1% das brasileiras com idade elegível e indicação clínica para a realização de mamografia não realizaram o exame.
A taxa de detecção da doença é de cinco casos a cada mil exames, portanto se estima que mais de 15 mil mulheres podem estar com a doença sem saber. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que em 2021 o Brasil deve registrar 66.280 novos casos de câncer de mama.
A taxa de mortalidade da doença é dez vezes maior em mulheres acima dos 60 anos, quando comparada às de 40, por isso a recomendação do Ministério da Saúde é de que mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos, mesmo sem sintomas. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) afirma que o exame pode ser realizado anualmente a partir dos 40 anos, de acordo com critérios médicos.
A faixa de idade com maior risco é a que mais deixou de ir ao médico durante a pandemia. Segundo levantamento do Ibope, desde o início da pandemia 73% das mulheres acima de 60 anos deixaram de frequentar ginecologista ou mastologista por medo da infecção por coronavírus.
O câncer mamário não dispõe de métodos preventivos, mas o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura com o uso de tratamentos menos invasivos e diminui as taxas de mortalidade.
Tratamentos tradicionais como radioterapia, quimioterapia e mastectomia (retirada da mama) não são mais os únicos e só são indicados em determinados casos. Tratamentos como a hormonioterapia e a terapia-alvo são métodos recentes que demonstram ótimos resultados.
Segundo dados do Instituto Oncoguia, 90% dos casos de câncer de mama ocorrem em mulheres acima dos 40 anos, sendo mais comuns após os 50. Isto ocorre porque os tumores são mutações genéticas e quanto mais tempo de vida, maiores as chances dessas mutações ocorrerem. Fatores como o tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e exposição à radiação podem contribuir para o surgimento.
Em pacientes mais jovens é mais comum que ocorra um tipo mais agressivo de câncer, chamado de triplo-negativo. A agressividade é mais ligada ao tipo do tumor, que se espalha mais rápido, do que a idade da paciente.
Os principais sintomas do câncer de mama são:
Existem casos de pacientes que não relatam dor, por isso é importante fazer o autoexame e ficar atenta ao aparecimento de nódulos. Nem todo nódulo é sinal de câncer, estes podem ocorrer por motivos diversos, em diferentes fases da vida (como na juventude e na gravidez) e serem benignos. Contudo, é importante que ao se notar um nódulo, um mastologista seja consultado e que o ultrassom seja realizado.
Comumente nos casos de câncer de mama as células mais afetadas são as que revestem os ductos mamários, ou as que se localizam nos lóbulos das glândulas mamárias. Existem outros casos mais raros como os linfomas e os sarcomas.
Fonte: Oncoguia, Vencer o câncer, Doutor Agora, MedicinaSA, CREMEB, Portal Hospitais Brasil, Summit Estadão, FEBRASGO, Oncoguia, Santo Remédio, Pfizer.