Como a Cannabis afeta a saúde do cérebro humano? - Summit Saúde

Como a Cannabis afeta a saúde do cérebro humano?

11 de abril de 2022 4 mins. de leitura

Cerca de 200 milhões de pessoas realizaram o consumo da erva ao menos uma vez em 2019

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A maconha é a droga mais usada no mundo, e estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas fizeram uso da droga pelo menos uma vez em 2019, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2021, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

O estudo relata que a potência da Cannabis sativa aumentou em até quatro vezes nos últimos 24 anos em diferentes partes do mundo, apresentando efeitos mais sérios para usuários regulares a longo prazo.

A Cannabis faz mal à saúde?

A droga sofre constantes variações na produção para aumentar a potência e estimular o consumo das pessoas. A maconha é composta majoritariamente de duas substâncias canabinoides, que são:

  • tetrahidrocanabinol (THC) — substância psicoativa e neurotóxica, geralmente considerada em estudos para medir o nível potencial da droga;
  • canabidiol (CBD) — responsável pelas propriedades medicinais da Cannabis, com potencial de proteção contra os danos do THC.
Cientistas identificaram que a maconha consumida atualmente tem maior concentração de THC e menor de CBD. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Cientistas identificaram que a maconha consumida atualmente tem maior concentração de THC e menor de CBD. (Fonte: Pexels/Reprodução)

THC vs. CBD: quais são as diferenças?

O THC gera grandes impactos na saúde mental, com potencial de diminuir o volume de áreas cerebrais responsáveis por atividades como a memória e o aprendizado. Apesar de o CBD ter propriedades terapêuticas e de proteção contra o THC, especialistas apontam que os efeitos positivos não são capazes de reverter os negativos do THC.

Leia mais:

Quais são os efeitos da Cannabis na saúde do cérebro?

Estima-se que usuários que consomem a droga com maiores níveis de THC estão propensos a apresentar:

  • quadros psicóticos;
  • dependência química;
  • alterações na atividade cerebral com prejuízos cognitivos.

Apesar de os novos contornos que a Cannabis sativa medicinal vem ganhando no debate mundial, países também estão legalizando o consumo recreativo, mas não há consenso na comunidade científica quanto aos efeitos a longo prazo.

O que dizem os estudos sobre os efeitos da Cannabis?

Estudos que analisam as imagens do impacto no cérebro humano levam a resultados divergentes. Alguns sugerem dificuldades em funções como memória, aprendizado e controle de impulso, mas também há resultados que não encontraram mudanças significativas no cérebro de pessoas que usam a droga.

Estudos apontam que o uso da maconha por longos períodos pode comprometer a memória. (Fonte: Andrew Neel/Reprodução)
A maconha pode comprometer a memória, além de ter potencial de estar associada a transtornos mentais, como depressão e ansiedade. (Fonte: Andrew Neel/Reprodução)

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos acompanhou jovens adultos durante 25 anos, de 1986 a 2011, para analisar a exposição cumulativa ao uso de maconha com o objetivo de compreender o desempenho das funções cognitivas na meia-idade. Identificou-se que a exposição por longos períodos ao uso da erva está associada a uma memória verbal pior, mas outras funções não foram comprometidas.

Em meio a estudos e resultados conflitantes, a comunidade científica entende a necessidade de desenvolver pesquisas que observem mais profundamente as relações entre a maconha e o cérebro humano.

Para isso, é preciso integrar os estudos a diferentes centros de pesquisa no mundo e especificar mais os chamados fatores confundidores, uma vez que ainda não se sabe se os efeitos da Cannabis são, de fato, gerados por consumo ou fatores adicionais, como:

  • concentração de THC e de CBD;
  • consumo de álcool ou tabaco;
  • histórico familiar de transtornos psiquiátricos.

Quer saber mais? Confira a opinião e a explicação dos nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), National Institute on Drug Abuse (NIDA), Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).

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