Combinação adequada de medicamentos pode auxiliar no controle da doença
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A hepatite B é uma doença infecciosa que atinge o fígado e é causada pelo vírus B da hepatite (HBV). Estima-se que apenas cerca de 10% dos 300 milhões de portadores do HBV foram diagnosticados.
Quase 100 milhões de pessoas com a doença em sua forma avançada já se beneficiaram de medicamentos, mas menos de 5 milhões realmente tomam a medicação da forma indicada. O vírus continua a causar cerca de 1 milhão de mortes em todo o mundo a cada ano, aumentando as chances de desenvolvimento de câncer de fígado e cirrose.
Em meados de 2014, pesquisadores e especialistas começaram a convocar workshops científicos centrados no desenvolvimento de um plano de ação para a cura. Dois anos antes, cientistas chineses haviam descoberto o receptor pelo qual o HBV entra nas células humanas, permitindo a criação de novas linhagens celulares e modelos de camundongos que poderiam ser usados para estudar a replicação viral e desenvolver novos medicamentos.
Empresas farmacêuticas estavam promovendo no mercado terapias curativas para outro patógeno que infecta o fígado, o vírus da hepatite C. Impulsionada por fortes influências científicas e financeiras, a indústria farmacêutica procurava uma ameaça viral semelhante para “perseguir”. Desde então, os investigadores de HBV se uniram em torno de um objetivo em comum e agora estão no caminho da cura. Quase 50 terapias estão em ensaios clínicos, e muitas outras virão em breve.
Alguns cientistas acreditam que misturas de drogas antivirais de ação direta (que visam a aspectos da expressão e da replicação do gene do HBV) podem fazer o truque. Outros estão apostando em moduladores imunológicos que melhoram as defesas antivirais do hospedeiro. A maioria deles suspeita que uma ligação de ambas as abordagens será necessária para eliminar o HBV, precisando de uma combinação do virológico e do imunológico.
Um simpósio foi convocado em 2021 para explorar quais são as combinações de medicamentos que têm mecanismos que fazem mais sentido para a cura de hepatite B.
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Com uma quantidade significativa de pessoas que nem sequer foram diagnosticadas com a hepatite B, faz-se necessário o aumento da conscientização, pois, segundo os pesquisadores, mesmo que hoje houvesse uma cura nada poderia ser feito com ela até que todos os portadores da HBV fossem identificados.
É claro que a ciência e o desenvolvimento de medicamentos ainda estão caminhando. Muito há que se fazer e desenvolver para chegar a resultados melhores com relação a como a hepatite B age em cada organismo e ao que se precisa para controlar cada etapa do processo.
Porém, os esforços não param. E, se depender de todos os envolvidos, chegaremos o mais perto possível da cura, o que sem dúvidas já é uma grande vitória para o campo científico e a população mundial.
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Fonte: Nature.