saiba quais especificidades a pediatria exige em tempos de medicina a distância
Publicidade
Em abril, o governo federal sancionou a Lei n. 13.989/2020, que permite a realização de consultas médicas virtuais, na chamada telemedicina, durante a pandemia de covid-19. A medicina a distância é um desafio, e quando se trata da pediatria pode ser ainda mais complicada, pois crianças nem sempre sabem expressar o que estão sentindo.
Conheça o Summit Saúde, um evento que reúne as maiores autoridades do Brasil nas áreas médica e hospitalar.
De certa forma, pediatras já estão acostumados a tirar dúvidas a distância, já que telefonemas e mensagens de pais preocupados não são incomuns, porém uma consulta formal inteira sem o famoso olho no olho é novidade.
Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a telemedicina é uma medida necessária no combate ao novo coronavírus. A entidade ressaltou a importância de os responsáveis por crianças entrarem em contato com os pediatras sempre que tiverem dúvidas sobre algum sintoma e para saberem se é necessária uma consulta imediata.
Em tempos de distanciamento social, o principal recurso da telemedicina é a anamnese, uma entrevista realizada pelo profissional de saúde com o paciente para entender melhor as condições. O papel dos responsáveis pela criança é essencial nessa parte, fornecendo alguns dados como comportamento e temperatura. Ter conhecimento do peso exato do pequeno também é importante para que a medicação possa ser receitada, caso haja necessidade.
A parte física do atendimento é comprometida a distância, mas é possível tirar dúvidas. Vacinação, introdução alimentar e aleitamento são tópicos que podem ser discutidos para aliviar a tensão dos pais.
O novo coronavírus não se mostrou comum em crianças, mesmo assim é preciso ter cuidado quando elas apresentam sintomas dessa ou de qualquer outra doença. Com a suspensão das aulas presenciais, os pequenos estão isolados nas casas, então surge a dúvida: quando tirá-los do isolamento e levá-los ao hospital?
A medicina a distância pode servir como triagem, para os pais saberem se devem ou não levar os filhos a um pronto-socorro. Assim, o atendimento no hospital é feito apenas quando há real necessidade.
Normalmente, as consultas a distância são intermediadas por um hospital ou convênio médico, e o serviço está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada. Paciente e pais precisam estar cientes e concordar com as limitações desse tipo de atendimento.
O encontro é realizado por imagem, o que ajuda o profissional de saúde a monitorar o estado do paciente. Pelo vídeo, o médico consegue observar o ânimo da criança, se está brincando e ativa, e assim identificar sintomas visíveis.
A impossibilidade de realizar exames físicos é uma complicação para a pediatria remota. A medicina com foco infantil é de alta complexidade e leva em conta diversos aspectos, como crescimento, nutrição, sono, socialização e aquisição de habilidades.
Para o profissional, torna-se mais difícil analisar a evolução do paciente sem vê-lo pessoalmente. Por isso, durante esse período, o conhecimento prévio do médico e da família auxilia o pediatra nas consultas a distância.
A SPSP alerta que o prontuário clínico em telemedicina deve conter dados necessários para a condução do caso, que serão atualizados a cada contato com o paciente, como data, hora, tecnologia utilizada e número do conselho regional profissional em sua unidade da federação.
Uma reportagem do Estadão mostrou que o Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, aderiu à telemedicina, oferecendo o serviço tanto para urgências quanto para consultas com especialistas. Casos que ainda assim necessitam de avaliação presencial são encaminhados durante o atendimento remoto.
No Hospital Sabará, crianças com cirurgias marcadas para o período da pandemia estão fazendo a avaliação pré-anestésica de modo remoto. Entre 48 horas e 72 horas antes do procedimento, é feita uma coleta na casa do paciente para checar a possibilidade de infecção por covid-19.
Interessou-se pelo assunto? Acompanhe as notícias mais relevantes do setor pelo blog. Para saber mais, é só clicar aqui.
Fontes: Estadão, Sociedade de Pediatria de São Paulo.