Alimentação com baixa ingestão de proteínas pode ser nova arma contra o câncer de cólon
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Encontrar a cura para o câncer é uma das maiores motivações da medicina moderna. A doença é uma das dez condições que mais mataram nos últimos 20 anos e segue fazendo milhões de vítimas no mundo todo.
Tumores malignos podem ocorrer em diversas partes do corpo, sendo o cólon uma das mais afetadas. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de cólon e reto foi o terceiro tipo mais comum no Brasil em 2022.
Mas existe uma boa notícia: uma pesquisa recente obteve resultados interessantes relacionando a morte de células cancerígenas a uma dieta com baixa ingestão de proteína. Esse novo hábito alimentar seria capaz de “matar de fome” as células afetadas geneticamente e assim tornar o tratamento mais eficaz.
O estudo foi realizado na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e se baseou no fato de que um complexo proteico conhecido como mTORC1 é fundamental para o crescimento celular e pode ser visto como um regulador do crescimento. Ele permite que as estruturas celulares possam identificar e usar diversos nutrientes, o que inclui as células cancerígenas. Na ausência desse complexo, essas estruturas têm dificuldade de manter um crescimento ordenado, o que aumenta as chances de se controlar o tumor.
“No câncer de cólon, quando você diminui os nutrientes disponíveis no tumor, as células não sabem o que fazer. Sem os nutrientes para crescer, elas passam por um tipo de crise que leva a uma morte celular massiva”, disse Yatrik M. Shah, professor de Fisiologia da Universidade de Michigan.
Os trabalhos, que foram realizados em ratos de laboratório, descobriram que uma dieta de baixa proteína é capaz de inibir a via de sinalização de nutrientes que aciona o regulador de crescimento das células cancerígenas. O mTORC1 é especialmente ativo em tumores com determinadas mutações e costuma estar associado a tipos de câncer que resistem ao tratamento tradicional.
O maior entrave agora é a transição de um estudo laboratorial para um processo clínico, no qual a dieta será testada em pacientes humanos. “Colocar pacientes de câncer em uma dieta de baixa proteína por longos períodos não é o ideal. Mas, se você puder encontrar janelas específicas, como o início da quimioterapia, quando os pacientes podem aguentar a dieta por uma semana ou duas semanas, existe a chance de aumentar a eficácia dos tratamentos”, completou Shah.
Pacientes com tumores em estágios avançados e em processo de tratamento químico costumam ter fraqueza muscular e perda de peso, o que pode tornar a janela citada pelo professor ainda menor. Novos estudos devem ser realizados com outros tipos de células cancerígenas. O avanço nos tumores de cólon, porém, já indica um possível futuro do tratamento e da prevenção de vários tipos de câncer.
Fonte: Science Daily, INCA, OMS