Como saber se um corrimento é normal?

26 de janeiro de 2022 4 mins. de leitura
Ter corrimento é algo comum para a maior parte das mulheres, mas é importante “ficar de olho”, pois pode indicar infecção vaginal em alguns casos

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O corrimento vaginal está presente na maioria das mulheres. Na maior parte dos casos, trata-se de um fenômeno normal, que faz parte da dinâmica do trato reprodutivo, mas, em outros, pode indicar algum tipo de infecção.

Por isso, é importante ficar de olho em alguns aspectos desse tipo de ocorrência, que corresponde a 30% das queixas ginecológicas. Confira as informações mais importantes sobre o tema.

O que é o corrimento vaginal?

O corrimento é um fator natural da vagina, mas pode indicar alguma infecção quando apresenta alterações e está acompanhado por dor, ardência e desconforto. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O corrimento é um fator natural da vagina, mas pode indicar alguma infecção quando apresenta alterações e está acompanhado por dor, ardência e desconforto. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A vagina apresenta uma secreção própria do metabolismo, que ocorre mesmo quando se garante a saúde vaginal com higiene correta, dormindo sem calcinha, usando peças de algodão e roupas mais soltas, que ajudem na ventilação da região pélvica.

O corrimento pode variar em cor, intensidade, odor e diversos outros fatores. Isso ocorre porque ele é afetado pelo período do ciclo menstrual, pelo uso de hormônios, pela gravidez, pela excitação sexual e até por questões psicológicas. 

Quando o corrimento vaginal é preocupante?

Existem algumas doenças que têm na alteração do corrimento um sintoma importante. Por isso, é fundamental procurar um médico quando houver sinais de mudança na cor, intensidade ou densidade. 

Além disso, no caso de infecções em fase aguda, é comum que o corrimento cause coceira, dor, ardência ao urinar e sensação de desconforto pélvico. Nesses casos, a visita a um médico é absolutamente indispensável.

Quais são as doenças que alteram o corrimento?

Fungos, bactérias e protozoários podem afetar a saúde vaginal e produzir corrimentos anormais. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Fungos, bactérias e protozoários podem afetar a saúde vaginal e produzir corrimentos anormais. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Quando o corrimento apresenta sinais diferentes e provoca dor, coceira, desconforto e ardência, isso pode indicar uma série de doenças. As mais comuns são vaginose bacteriana, candidíase vulvovaginal e tricomoníase.

Vaginose bacteriana (VB)

Esse quadro costuma ocorrer quando a flora vaginal está desequilibrada. Com a diminuição dos lactobacilos, as bactérias Gardnerella vaginalis se proliferam mais do que o comum, gerando mau cheiro e produzindo um corrimento branco-acinzentado de consistência fluida ou cremosa.

Cerca de 45% das mulheres são acometidas por esse problema ao longo da vida, que costuma ocorrer por exposição ao esperma com pH elevado. O tratamento é simples e com antibióticos comuns.

Candidíase vulvovaginal (CVV)

Os fungos também podem ser um problema. Quase sempre causada pela espécie Candida albicans, a candidíase é a segunda causa mais comum das alterações patológicas do corrimento vaginal. Nesse caso, ele é branco, sem cheiro e com aspecto de coalhada.

Existem alguns fatores que tornam a doença mais frequente: gravidez, obesidade, gravidez, diabetes e uso em alta dosagem de anticoncepcionais, antibióticos e corticoides. Maus hábitos de higiene também podem favorecer a ocorrência da candidíase, que é tratada com antifúngicos orais ou por meio de cremes vaginais.

Tricomoníase

Essa é uma doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, o qual não faz parte da flora vaginal e é transmitido por meio de relações sociais sem uso de preservativo. Por isso, faz parte das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

A tricomoníase atinge homens e mulheres. Porém, como é assintomático no trato reprodutivo masculino, pode gerar diversos sintomas nas mulheres, como corrimento abundante, de cor amarelada ou esverdeada e mau cheiro. Tal como nos casos anteriores, pode apresentar dor, inchaço e ardência. O tratamento é feito via oral.   

Fonte: SBMFC, Drauzio.

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