Estudos recentes demonstram os benefícios da ingestão desse alimento devido aos prebióticos
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O consumo de algas marinhas aumentou consideravelmente desde que elas foram classificadas como superalimentos. Esse termo tem sido utilizado para denominar alimentos naturais com enorme concentração de nutrientes como vitaminas, fibras, minerais, antioxidantes e ácidos graxos fundamentais para a manutenção da saúde e da qualidade de vida das pessoas.
A espirulina e a chlorella, por exemplo, contêm proteínas que disponibilizam todos os aminoácidos essenciais de que um ser humano precisa, além de vitaminas A, C, E, K e algumas do complexo B. Por ser uma das melhores fontes de iodo disponíveis na natureza, esse alimento contribui para o bom funcionamento da glândula tireoide.
A chlorella fornece, também, quantidades consideráveis de minerais como cálcio, magnésio, cobre, potássio, zinco, ácido fólico e gorduras, como ômega 3. Outra propriedade interessante é a sua capacidade de combater o diabetes. Um estudo realizado com 60 japoneses durante 8 semanas demonstrou que a fucoxantina, presente na alga marrom, foi responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue.
Outro estudo revelou que uma substância contida nas algas, o alginato, baixou a absorção de açúcar na corrente sanguínea, contribuindo para a diminuição da incidência da doença.
Algas são apontadas como uma das fontes mais ricas de fibras alimentares, e estima-se que até 75% do seu peso seco sejam compostos por esse tipo de carboidrato. Alimentos como esse garantem mais saúde intestinal ao funcionarem como prebióticos, alimentando as bactérias benéficas do intestino, além de darem maior sensação de saciedade, fazendo com que a pessoa coma menos, o que os torna ótimos aliados para quem quer emagrecer.
Um estudo recente feito com a alga vermelha da espécie Kappaphycus alvarezii, a mais cultivada no mundo, demonstrou a sua capacidade de estimular a produção das chamadas bifidobactérias, responsáveis por impedir a ação de bactérias intoxicantes e putrefantes no organismo.
Para chegar a esses resultados, pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), em parceria com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), potencializaram as propriedades funcionais da goma carragena, substância presente nesse tipo de alga, concluindo que o efeito prebiótico dela é superior ao de produtos similares existentes no mercado.
De maneira geral, as algas são uma ótima fonte de fibras, além de serem pouco calóricas. Com tantos benefícios nutricionais, esse alimento pode ser uma alternativa diferenciada na busca por uma nutrição mais saudável e nos tratamentos de desequilíbrios do sistema digestivo.
O intestino é considerado o segundo cérebro dos seres humanos, porque os microrganismos presentes na microbiota intestinal são responsáveis pela produção de neurotransmissores importantes que controlam o humor.
Suas funções vão desde a digestão dos alimentos e a síntese de vitaminas até a proteção contra bactérias nocivas, tendo um papel fundamental no bom desempenho das funções do corpo. Dessa forma, manter uma microbiota intestinal equilibrada, por meio de hábitos alimentares saudáveis, garante maior proteção contra doenças e pode ajudar a evitar o mau humor.
No estilo de vida moderno, é comum que as pessoas mantenham uma alimentação pobre em nutrientes e rica em gorduras e açúcares. Uma dieta baseada no consumo de alimentos ultraprocessados desequilibra a microbiota intestinal, comprometendo o bom funcionamento do organismo e deixando-o suscetível a doenças. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que os casos de câncer de cólon em 2020 fiquem em terceiro lugar entre os homens (7,9%) e em segundo entre as mulheres (9,2%).
Para mudar esse quadro, é fundamental ingerir alimentos que contenham fibras, como frutas, legumes, cereais integrais, verduras e leguminosas, além de consumir água. Uma dieta balanceada proporciona o funcionamento normal de um dos órgãos mais importantes do corpo humano e maior qualidade de vida.
Fontes: Embrapa, Scielo, Brazilian Health, Healthline.