Estudo mostra que saturação de oxigênio e frequência respiratória anormais devem ser sinais de alerta
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Com o avanço de cepas mais agressivas do novo coronavírus, é cada vez mais difícil prever quem tem maior risco de mortalidade ao contrair a doença,mas um estudo recém-publicado na revista científica Influenza and Other Respiratory Viruses parece ter encontrado algumas pistas.
Segundo a pesquisa, que avaliou 1.095 pacientes hospitalizados com a covid-19, dois aspectos foram considerados preditivos de maior mortalidade: a frequência respiratória e a saturação de oxigênio.
O Ministério da Saúde brasileiro, por exemplo, define que o pulso ideal é de 60 a 90 batimentos por minuto e a saturação saudável deve estar acima de 96. Ainda assim, o entendimento de que esses pontos estão diretamente ligados às chances de morte pode ser “uma luz no fim do túnel”.
Para Neal Chatterjee, cardiologista da University of Washington Medical Center e coautor do artigo, as descobertas tendem a reduzir o grau de ansiedade de pessoas que se perguntam se devem ou não se deslocar até um hospital. Além disso, é possível otimizar os atendimentos hospitalares, elencando pacientes por graus de prioridade.
A orientação dos órgãos de saúde é que as pessoas procurem atendimento médico após sentirem falta de ar ou pressão persistente no peito. Mas, atualmente, sabe-se que em alguns casos os sintomas podem ser silenciosos, ou seja, mesmo que o indivíduo não tenha nenhum desconforto físico os níveis de oxigênio no sangue podem estar baixos.
“Se os pacientes seguirem a orientação atual, estaremos perdendo a chance de intervir precocemente com um tratamento que salva vidas”, argumentou a médica Nona Sotoodehnia, também coautora da pesquisa.
Os pacientes avaliados tinham 18 anos ou mais e foram internados com covid-19 nos hospitais da UW Medicine, em Seattle, ou no Rush University Medical Center, em Chicago, entre 1º de março e 8 de junho de 2020. Das mais de mil pessoas analisadas, 197 morreram, e os pacientes hipoxêmicos tinham risco de mortalidade de 1,8 a 4,0 vezes maior do que aqueles com saturação adequada.
Com relação ao ciclo respiratório, os indivíduos com taquipneia tiveram um risco de mortalidade de 1,9 a 3,2 vezes maior do que aqueles com respiração normal. Quase todos os pacientes com baixa saturação no sangue e taquipneia demandaram oxigênio suplementar.
Para os especialistas que conduziram o estudo, as descobertas devem facilitar o trabalho de profissionais da atenção primária, especialmente os que atuam com cuidados virtuais.
À Organização Mundial da Saúde (OMS), os pesquisadores pedem que seja cogitada a reformulação de diretrizes para contabilizar a população que é assintomática, mas que ainda assim merece internação e cuidados hospitalares.
E a quem quer monitorar a própria saúde, Chatterjee e Sotoodehnia indicam um acompanhamento contínuo dos batimentos cardíacos e índices de saturação no sangue por aparelhos portáteis.
Fonte: Conexa Saúde, Live Mint.