Hipertensão e menopausa: atenção para não confundir os sintomas

8 de março de 2021 3 mins. de leitura
Médicos devem redobrar a atenção a possíveis quadros de hipertensão em mulheres de meia-idade

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Em documento publicado em janeiro de 2021, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) indicou a importância de os médicos redobrarem a atenção em relação a quadros de hipertensão em mulheres de meia-idade. Na declaração, há o consenso entre cardiologistas, ginecologistas e endocrinologistas de que os sintomas da hipertensão podem ser confundidos com os sinais da menopausa.

A professora e diretora do programa de saúde cardíaca feminina da Radboud University Nijmegen, Angela Maas, relata que até 50% das mulheres costumam desenvolver hipertensão (pressão alta) antes de completarem 60 anos de idade. Muitas vezes, não há o diagnóstico dessa condição, uma vez que sintomas como palpitações e ondas de calor costumam ser relacionados à menopausa pelos médicos.

Maas reforça que “a hipertensão feminina não recebe o mesmo tratamento da masculina”, o que coloca as mulheres em uma situação de maior risco para condições como fibrilação atrial (ritmo cardíaco irregular), infarto e acidente vascular cerebral (AVC), situações que poderiam ser evitadas com o diagnóstico correto.

A professora também indica a necessidade de as mulheres serem avaliadas de forma diferente dos homens, considerando todo o histórico, e não apenas o quadro de saúde atual.

A avaliação médica deve ser diferente no caso das mulheres, levando em consideração seu histórico que pode favorecer as doenças cardiovasculares (Fonte: Reprodução Pinterest).
Avaliação médica deve ser diferente em mulheres, considerando histórico que pode favorecer doenças cardiovasculares. (Fonte: Reprodução/Pinterest)

Por exemplo, casos de pré-eclâmpsia e elevação da pressão arterial durante a gestação aumentam em quatro vezes o risco de hipertensão ou derrame. Outras complicações que colocam as mulheres no grupo de risco para hipertensão são menopausa precoce e presença de doenças inflamatórias autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus.

Ao identificar os subgrupos de risco à hipertensão, há melhores perspectivas de tratamento, uma vez que quando o problema é identificado na faixa dos 40 aos 50 anos gera menos complicações do que em diagnósticos tardios aos 60 ou 70 anos.

O documento reforça a importância de as mulheres passarem por uma avaliação de riscos cardiovasculares antes de iniciarem terapias hormonais comumente indicadas para aliviar sintomas da pré-menopausa. Os autores também indicam que, em casos de mulheres transgênero, que dependem de reposição hormonal, o acompanhamento médico deve ser feito de forma ainda mais rigorosa.

Antes de iniciar as terapias hormonais, é preciso que a mulher passe por uma avaliação com um especialista (Fonte: Unsplash, Christina Victoria Craft).
Antes de iniciar terapias hormonais, é preciso passar por avaliação de especialista para analisar riscos de doenças cardiovasculares. (Fonte: Unsplash/Christina Victoria Craft)

Sintomas da hipertensão e da menopausa

Para ajudar em diagnósticos precoces, as mulheres devem ficar atentas aos sintomas comuns da hipertensão e da menopausa. Embora possam ser confundidos em alguns casos, há sinais frequentemente associados a cada uma das condições e que podem facilitar o processo de definição da condição.

No caso da hipertensão, os sintomas são:

  • dores de cabeça ou na nuca;
  • falta de ar;
  • visão borrada;
  • zumbido no ouvido;
  • tonturas;
  • dores no peito.

Quanto à menopausa, alguns dos indícios que costumam aparecer são:

  • indisposição;
  • alterações hormonais;
  • alterações menstruais;
  • fogachos (ondas de calor);
  • transpiração excessiva ou sudorese noturna;
  • baixa libido;
  • distúrbios do sono;
  • alterações de humor;
  • dores de cabeça.

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Fontes: European Society of Cardiology (ESC).

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