Não há cura para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), mas avanços científicos têm possibilitado melhor qualidade de vida aos pacientes
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Alguns avanços científicos têm possibilitado que pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tenham melhor qualidade de vida. Reconhecido na década de 1980, o HIV é o causador da síndrome da imunodeficiência humana (Aids), que tem como característica o enfraquecimento do sistema imunológico e o desenvolvimento de doenças oportunistas especialmente nos pulmões, no trato intestinal, no cérebro e nos olhos.
Em 2021, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), 38,4 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo. Segundo dados divulgados em julho, no Brasil havia 960 mil acometidos. Até janeiro de 2022, conforme o Ministério da Saúde, 694 mil pessoas estavam em tratamento. No ano passado, 45 mil iniciaram a terapia antirretroviral, que age inibindo a multiplicação do vírus.
Os indícios de que os antirretrovirais seriam relevantes também na prevenção da Aids, e não apenas no tratamento dela, começaram a surgir em 2008. A partir de 2012, foi adotada no País a recomendação de uso desses medicamentos quando a contagem de células de defesa (CD4) estivesse inferior a 500 por milímetro cúbico (500/mm³), taxa que, anteriormente, era de 350 por milímetro cúbico (350/mm³).
Agora, um novo estudo apresentado em outubro na IDWeek Conference in Washington, nos Estados Unidos, apontou que começar o tratamento quando a infecção pelo HIV está no início, ou seja, quando o sistema imunológico é mais forte, proporciona melhores resultados para a saúde.
Na pesquisa, um grupo de participantes iniciou o tratamento quando a contagem das células estava acima de 500/mm³, com média de 648/mm³, e o outro grupo com 460/mm³. Foram acompanhadas 4.446 pessoas, e foi demonstrado na comparação entre os grupos que o tratamento precoce melhora de forma significativa a saúde, além de diminuir a possibilidade do desenvolvimento da Aids e de outros problemas graves.
Além da importância do diagnóstico e do tratamento precoce, é fundamental que os pacientes façam uso dos antirretrovirais corretamente, sem esquecer ou abandonar a terapia, para que a doença não evolua e para garantir certa qualidade de vida.
Também é necessário que tenham outros cuidados, como o acompanhamento por profissionais de Saúde, a realização de exames de rotina, a contagem de linfócitos CD4, uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos.
Não há cura para o HIV, mas se as orientações forem seguidas da maneira certa podem resultar no controle da infecção e na diminuição da carga viral no organismo para um nível denominado indetectável, o que significa que o vírus deixa de poder ser transmitido. A pessoa soropositiva pode não desenvolver Aids se realizar o tratamento adequado.
A transmissão do HIV ocorre por meio de relações sexuais sem proteção, objetos perfurantes (como agulhas contaminadas), transfusão de sangue e de mãe para filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação, quando não é feito o tratamento adequado.
Após a infecção, a quantidade do vírus aumenta com rapidez, na fase que é classificada como aguda e pode durar semanas. Os sintomas possíveis são febre, perda de peso, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço, diarreia, tosse seca e suores noturnos. Esses sinais muitas vezes são confundidos com gripe, portanto é preciso ter atenção.
A segunda fase é a de latência, que pode durar vários anos, inclusive sem sintomas. A terceira fase é quando, sem tratamento, o HIV evolui para a Aids. O diagnóstico é feito por meio da coleta de sangue ou por fluído oral, exames que podem ser feitos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
O alerta é para que, diante de qualquer situação de risco a que tenha sido exposta, a pessoa faça o teste anti-HIV. Esses exames buscam anticorpos contra o vírus, e a infecção pode ser identificada em cerca de 30 dias após a exposição. A principal forma de prevenção contra o HIV e a Aids é o uso de preservativos, tanto o masculino quanto o feminino.
Fonte: Science Daily, Ministério da Saúde, Unaids, Fapesp