O tratamento cura lesões, mas não promove a eliminação do HPV, o vírus permanece ativo e pode ser transmitido
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O Papilomavírus Humano (HPV) é considerado parte das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maioria dos adultos sexualmente ativos entrará em contato com esse vírus em algum momento da vida.
Em 2017, a OMS estimou que 11,7% das mulheres e 21% dos homens estavam infectados com o HPV. Os países da América Latina e Caribe têm a segunda maior prevalência do HPV em mulheres no mundo, ficando atrás somente da África Subsaariana.
Existem mais de cem tipos de HPV, e a maioria deles não causa problemas. Porém, 14 deles são vírus de alto risco, que podem causar câncer. Os mais agressivos são os tipos 16 e 17, que são responsáveis por 70% dos cânceres de colo do útero e lesões pré-cancerosas.
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Na maior parte dos casos, as infecções desaparecem sem a necessidade de intervenção. Os casos mais leves podem causar verrugas genitais, que podem transmitir o vírus, tendo um grande impacto na vida sexual do paciente.
A transmissão ocorre por meio do contato pele a pele com alguém que está infectado. Os preservativos não impedem 100% a transmissão do vírus, ele também pode ser contraído sem que haja relação sexual, quando há verrugas no local de contato, seja na cavidade oral ou genital.
O vírus é resistente e pode, inclusive, ser transmitido por meio de objetos que tenham entrado em contato com alguém infectado. Em alguns casos, o HPV pode ser transmitido até mesmo durante o parto.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a vacina está disponível em 35 países da América, porém a taxa de vacinação não atinge 80% das meninas. Segundo a Opas, a vacina é mais eficaz para meninas de 9 a 14 anos.
Além disso, a recomendação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, é de que a vacina quadrivalente seja recomendada e aprovada para mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos; já a vacina bivalente para mulheres entre 10 e 25 anos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que as clínicas ficam proibidas de aplicar vacinas em faixas etárias diferentes das que foram estabelecidas.
A recomendação da Opas é a de que as meninas recebam a vacina antes de se tornarem sexualmente ativas. São duas doses do imunizante, com pelo menos 6 meses entre elas. A Opas afirma que estudos, envolvendo ensaios clínicos e vigilância pós-comercialização, garantem que a vacina é segura e eficaz.
Ainda não se sabe se a imunidade se desenvolve após a primeira infecção. Até o momento, pode-se afirmar que, ao ser infectado por um tipo de HPV, existirá proteção contra esse tipo específico. Se a pessoa entrar em contato com outro tipo do vírus, não estará protegida.
Nos casos em que não ocorre a imunidade natural, não existe um tratamento que elimine o vírus. As lesões e verrugas podem ser tratadas com lasers, eletrocauterização, ácido tricloroacético e medicamentos. Porém, mesmo sem apresentar lesões o paciente ainda carrega o vírus, sendo um potencial transmissor da doença.
A prevenção se inicia com a vacinação na idade recomendada pela OMS. Além disso, podem ser realizadas intervenções com o propósito de educar os jovens a respeito de práticas sexuais seguras. O fornecimento de preservativos também configura uma importante ação no controle da transmissão, pois, apesar de não a impedir em todos os casos, pode diminuir a incidência da doença.
Para prevenir o câncer do cérvico uterino, um desdobramento comum do HPV, a OMS recomenda a realização do teste de triagem para esse tipo de câncer. Ele deve ser feito pelo menos uma vez em mulheres de 30 a 49 anos. O exame pode permitir a detecção precoce da doença, permitindo maiores chances de cura.
Fonte: Tua Saúde, PAHO, OMS, INCA, Rede D’or São Luiz, Gineco.