Leite materno é capaz de melhorar neurodesenvolvimento de bebês

1 de abril de 2020 3 mins. de leitura
segundo pesquisa, carboidrato presente no leite materno pode melhorar o desenvolvimento cognitivo das crianças

O leite materno oferece diversos benefícios que vão além de uma base para o fortalecimento imunológico das crianças. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Infantil de Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos), um carboidrato chamado 2’FL, presente no leite materno, consegue melhorar o neurodesenvolvimento dos bebês.

Essa pesquisa foi a primeira realizada em humanos e envolveu cerca de 50 mães e seus filhos. Nela, os pesquisadores observaram a frequência em que ocorria a amamentação e a composição do alimento para bebês de um mês a seis meses de idade. Ao fim de 24 meses, o desenvolvimento cognitivo deles foi medido usando uma padronização entre bebês e crianças pequenas.

Os resultados da pesquisa

Com as análises, foi possível perceber que a quantidade do 2’FL durante o primeiro mês de amamentação se relacionava em uma escala muito maior que em bebês aos dois anos de idade. Entretanto, a quantidade durante seis6 meses não atingiu resultados equivalentes, sugerindo que a exposição precoce a esse carboidrato traz maiores benefícios à criança.

De acordo com Paige Berger, pesquisadora do estudo, em uma entrevista cedida ao Children’s Hospital Los Angeles (CHLA), esse aprimoramento do desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos de vida de uma criança pode levantar questões que dizem respeito à vida dela durante a fase escolar.

(Fonte: Shutterstock)

Já Michael Goran, autor sênior do estudo e diretor do Programa de Diabetes e Obesidade do Instituto de Pesquisa Saban do Hospital Infantil de Los Angeles, revela que a pesquisa é fundamental para determinar com precisão o momento em que o aleitamento materno é mais importante para o desenvolvimento da criança: “Sabemos que existem muitos compostos no leite materno, e a composição é dinâmica — muda ao longo do tempo e é altamente variável entre as mães”.

Os pesquisadores puderam concluir que, por meio da amamentação, o aumento do neurodesenvolvimento das crianças se deve também à possibilidade de as mães estarem produzindo uma quantidade maior do carboidrato para o consumo dos bebês.

Nesse sentido, a descoberta fundamental é a possibilidade de serem desenvolvidos mecanismos de suplementação do leite materno em indivíduos que não conseguem atingir os níveis desejáveis de 2’FL, tendo em vista que com ela é possível identificar, de maneira precoce, seus momentos mais críticos de desenvolvimento neurológico.

Berger ressalta que, para algumas mulheres, a amamentação pode ser um desafio. “Para aquelas que não conseguem amamentar ou podem fazê-lo apenas em curto prazo, o 2’FL poderia ser oferecido como um complemento à nutrição que o bebê está recebendo, para apoiar melhor seu desenvolvimento cognitivo”, sustenta.

(Fonte: Shutterstock)

Segundo a jornalista Juliana Carreiro, no blog Comida de Verdade, do Estadão, além do neurodesenvolvimento e do fortalecimento do sistema imunológico, tendo em vista que há bactérias saudáveis no leite materno, os benefícios são diversos; entre eles podem ser destacados o desenvolvimento cerebral do bebê, a prevenção do aparecimento de doenças crônicas e a diminuição da mortalidade infantil.

Fontes: CHLA, Plos One, IFL Science, Estadão.

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