A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres jovens e pode afetar a fertilidade de até 50% das pacientes
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Neste mês, ocorre a campanha mundial do “Março Amarelo”, destinada à conscientização a respeito da endometriose, uma doença que atinge aproximadamente 10% das mulheres em idade fértil, ou seja, cerca de 6 milhões de brasileiras.
A condição costuma ser comum entre mulheres jovens em período fértil e pode se manifestar logo após a primeira menstruação. A doença acontece devido ao crescimento inadequado do endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero e descama na menstruação.
Quando acontece esse crescimento anormal, o tecido pode migrar e se implantar em órgãos da região pélvica, atingindo principalmente ovários, parte inferior do útero, intestino e bexiga, gerando um processo inflamatório no organismo da mulher.
O principal fator de risco para o desenvolvimento da endometriose, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), é o histórico familiar. O instituto apresentou dados que indicam um maior risco para mulheres com parentes de primeiro grau com a doença (mãe e irmãs), mas outros fatores podem favorecer a manifestação da doença, como ciclos menstruais irregulares, períodos menstruais muito longos (mais de sete dias de duração), não ter tido nenhuma gravidez e a presença de anomalia uterina.
Um dos principais sintomas são as cólicas menstruais intensas e dor durante a relação sexual, mas também é possível ter dores pélvicas crônicas, sangramento intenso na menstruação, presença de nódulos ou cistos no útero, constipação, dores para urinar ou evacuar, náuseas e vômitos devido à dor intensa.
Além disso, vale destacar os números divulgados pela Febrasgo, os quais indicam que até 50% das mulheres portadoras da endometriose podem sofrer com a infertilidade ou apresentar dificuldade para engravidar. Sendo este também um dos principais indícios da doença.
Dessa forma, a partir da análise do quadro clínico da paciente, o diagnóstico é feito pelo ginecologista. Em conjunto, é feito o exame físico de toque vaginal e também costuma ser necessária a ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética.
A terapia medicamentosa costuma ser a indicada para o tratamento da endometriose, o que se dá a partir do uso de analgésicos e anti-inflamatórios para diminuir as dores constantes. Além disso, podem ser sugeridos métodos hormonais, como o uso de anticoncepcional ou a colocação do DIU.
Quando os remédios não são efetivos ou em casos mais graves da doença, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. O procedimento pode ser feito de forma minimamente invasiva, a partir de técnicas de vídeo, laparoscopia ou cirurgia robótica.
Segundo a Febrasgo, diferentemente do uso de medicamentos, a cirurgia não visa minimizar sintomas. O objetivo da intervenção é realizar a remoção completa dos focos da doença, bem como restaurar a anatomia e preservar a função reprodutiva da mulher.
Ainda vale ressaltar que o tratamento da endometriose é comumente feito por uma equipe multidisciplinar, contando com o auxílio de profissionais como psicólogos. Isso, considerando que se trata de uma doença que afeta diretamente a qualidade de vida da paciente, podendo até mesmo favorecer o desenvolvimento de transtornos psicológicos em virtude dos altos níveis de estresse e situações constantes de desconforto.
Fontes: Febrasgo.