Mofo preto: quais os perigos e como evitar?

O mofo e o bolor são palavras muito comuns para os brasileiros. Os tipos que encontramos no dia a dia não costumam ser muito perigosos, e são decorrentes do excesso de umidade em um determinado ambiente. Mas há um outro fungo, conhecido como mofo preto, que pode causar problemas muito maiores, podendo até mesmo levar à morte.

O que é o mofo preto?

Existem espécies diferentes de mofo preto, mas três delas são mais conhecidas: a Stachybotrys chartarum, Alternaria e a Cladosporium spp. Elas se assemelham ao mofo comum, porém com uma coloração mais escura, que pode ir de um verde forte até totalmente preto. Costumam ser encontradas em vegetais, causando danos às plantações e casas em ambientes rurais. Lugares que condensam muita umidade, como porões e banheiros, são especialmente atrativos para esses fungos.

Problemas de saúde

O mofo preto pode estar ligado a diversos problemas de saúde, sendo muito mais perigoso do que o mofo tradicional. Além de alergias no nariz e nos olhos, que são comuns de outros tipos de fungos, as espécies Alternaria e Cladosporium estão associadas a crises de asma letais, causadas por infecção no pulmão.

Já a espécie Stachybotrys chartarum tem relatos de síndromes associadas ao ambiente, conhecida pelo termo em inglês de “Sick Building Syndrome”. A presença desse mofo no ambiente faz com que a pessoa tenha sintomas como cansaço e mal-estar. Também existem casos raros que desenvolvem uma hemorragia pulmonar idiopática em recém-nascidos, mas ainda não há pesquisas suficientes para associá-la definitivamente ao fungo.

Perigo para crianças

As crianças e recém-nascidos são os principais afetados pelas doenças relacionadas ao mofo preto, principalmente devido ao sistema respiratório pouco desenvolvido. Como as infecções costumam acontecer nos pulmões, as doenças são ainda mais perigosas para essa faixa etária.

O fungo também pode ser perigoso para pessoas com sistema imunológico comprometido, seja por doença ou pela idade. De modo geral, os sintomas costumam ser leves, parecidos com os de uma alergia respiratória comum.

Prevenção

Os fungos causadores do mofo encontram melhores condições de vida e reprodução quando a umidade relativa do ar está acima de 65%. Portanto, a melhor forma de combater a presença do mofo preto é justamente controlar a umidade do ambiente. Algumas regiões são mais suscetíveis a apresentar essas condições climáticas, e portanto exigem maiores cuidados.

Deixar as janelas abertas e o ambiente arejado é fundamental para impedir a proliferação do fungo. Ficar atento a vazamentos e infiltrações também é importante, já que o acúmulo de água pode criar a condição ideal para que esse ser se reproduza.

Caso seja um problema recorrente, existem outras formas de controlar a umidade do ambiente. O uso de desumidificadores ajuda a retirar parte da água do ar, deixando-o mais seco. Existem opções de desumidificadores elétricos de diversos tamanhos para se adequar à sua necessidade. Hoje você já pode encontrar aparelhos desumidificadores antimofo, que tem uma configuração específica para manter o ambiente abaixo de 65% de umidade do ar.

Os desumidificadores também podem ser químicos, usando cloreto de cálcio. Eles são bons por não usarem eletricidade, e podem ser colocados em ambientes sem tomada próxima. Por outro lado, eles não possuem a mesma capacidade de retirar água do ar de um modelo elétrico grande, sendo necessário vários deles em um ambiente maior.

Outro equipamento que pode ajudar é o ar condicionado, especialmente recomendado para regiões muito quentes. Na função normal, esse aparelho já acaba deixando o ar mais seco. Porém, equipamentos novos apresentam função de desumidificação de ar, e podem ser bem úteis contra qualquer tipo de mofo.

Em caso de mofo preto, não é recomendado tentar tratar ou passar produtos diretamente. Caso seja necessário, a melhor forma é usando equipamentos de proteção.

Fonte: OMS, Pastoral da Criança, Tua Saúde, Instituto Nascer