A hiperglicemia é o aumento dos níveis de glicose sanguíneos e pode causar sérias complicações a saúde
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A hiperglicemia é uma condição caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue acima dos valores considerados normais. A glicose é um tipo de açúcar que o corpo utiliza como fonte de energia, e sua taxa no sangue é chamada de glicemia.
Produzida pelo pâncreas, a insulina é um hormônio que regula os níveis de glicose no sangue. Em algumas situações, o corpo pode desenvolver resistência à insulina ou não produzir insulina suficiente, levando a um desequilíbrio entre a quantidade de glicose no sangue e a capacidade das células de absorvê-la, o que resulta em hiperglicemia.
Em jejum, os níveis adequados de glicose sanguínea são de < 100 mg/dL para pessoas sem diabetes. Qualquer valor acima é considerado hiperglicemia. Níveis entre = 100 e < 126 indicam pré-diabete ou risco de desenvolver diabete, e > 126 é indicativo de diagnóstico de diabete.
Essa condição é comumente associada à diabete mellitus (DM), mas também pode ocorrer em outras situações, como estresse, uso de alguns medicamentos e doenças endócrinas. No caso de DM, as principais classificações são:
As complicações causadas pela hiperglicemia podem ser agudas ou crônicas, e os efeitos variam dependendo da duração e da gravidade dos níveis elevados de glicose. Algumas das complicações mais importantes estão listadas a seguir.
A cetoacidose diabética é uma complicação aguda em que o organismo não pode utilizar a glicose adequadamente devido à falta de insulina. Isso leva ao uso de gordura como fonte de energia, gerando corpos cetônicos em excesso no sangue, o que pode provocar acidose metabólica, coma e até mesmo a morte. É a causa mais comum de óbito entre crianças e adolescentes com DM1.
Essa é uma complicação aguda mais comum em pacientes idosos com diabete tipo 2, e a taxa de mortalidade varia de 5% até 16%. Caracteriza-se por níveis extremamente elevados de glicose no sangue, resultando em desidratação grave, hipotensão, choque e possível coma.
A neuropatia diabética é resultante da hiperglicemia crônica e pode danificar os nervos do corpo, ocasionando problemas sensoriais e motores, com perda de sensibilidade protetora. Os sintomas incluem dormência, formigamento e fraqueza e podem afetar os pés e as pernas, bem como outras partes do corpo.
A hiperglicemia crônica pode danificar os pequenos vasos sanguíneos na retina dos olhos, levando à perda de visão e cegueira se não for tratada adequadamente.
Os rins podem ser afetados pela hiperglicemia crônica, levando a problemas de função renal e, muitas vezes, à insuficiência renal. Essa complicação é responsável por aproximadamente 18% dos pacientes em diálise no País.
A hiperglicemia crônica está associada ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica.
A elevação persistente dos níveis de glicose pode prejudicar o sistema imunológico e interferir na capacidade do corpo de cicatrizar feridas, aumentando o risco de infecções e complicações em pacientes diabéticos.
O tratamento da hiperglicemia ou das complicações causadas por ela tem como principal medida terapêutica o controle dos níveis glicêmicos. Além disso, cada condição clínica requer cuidados e tratamentos específicos.
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