Apesar de haver inúmeras inovações tecnológicas, os seres humanos continuarão sendo insubstituíveis
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O penúltimo dia de programação do Estadão Summit Saúde 2021 teve como tema de abertura o impacto humano na pandemia, com Facundo Manes, neurologista neurocientífico e autor do livro Ser humanos: todo lo que necesitas saber sobre el cerebro. O evento, considerado o mais importante e o maior do setor, está sendo realizado de forma online e gratuita até amanhã (22).
A covid-19 provocou a maior crise de saúde da história moderna, desencadeando incertezas de ordem econômica, social, moral e até geopolítica global. “Isso tem um grande impacto em nossas emoções e em nosso comportamento individual e coletivo”, avaliou Manes.
Todos estão fazendo esforços para regular as condutas em um cenário desagradável, com muitas perdas, o que tem levado à fadiga mental. As pessoas passaram a conviver com sentimentos como angústia, insônia, frustração e desapego. O neurologista considera que “Negar ou enfrentar a incerteza consome muitos de nossos recursos cognitivos e provoca ansiedade e esgotamento”.
A reação ao estresse é uma atividade natural do organismo para se adaptar a mudanças. Entretanto, quando há excesso e continuidade, a resposta ao estresse pode provocar alterações fisiológicas que geram patologias como transtornos psicológicos.
“A boa notícia de tudo isso é que, para além da dor e do sofrimento que vivemos e estamos atravessando, os seres humanos são seres adaptativos”, comentou Manes. Em situações graves e críticas, muitas pessoas desenvolvem resiliência, que é a capacidade para superar adaptativamente uma situação de adversidade.
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A dinâmica da resiliência começa com uma situação de dor, com alto impacto emocional. “Muitas pessoas experimentam novos sentidos de significado e propósito na vida, uma nova força e confiança interna”, explicou o especialista. Dessa forma, a pandemia pode nos tornar mais altruístas e compassivos, com maior senso de cooperação e integração.
O neurologista alerta que crises como essa podem ter um impacto negativo, rompendo laços sociais e tornando as pessoas mais egoístas. A saída da pandemia depende de como as pessoas vão reagir à crise.
“Podemos sair melhores ou piores”, segundo Manes. Por exemplo, a peste negra, que ocorreu entre 1347 e 1353, matando um terço da população mundial, foi seguida pelo Renascimento, um movimento com foco no fortalecimento interior. Porém, após a peste bubônica, houve a matança indiscriminada de judeus, mendigos e catalães.
A empatia, um processo cerebral que nos permite imaginar o que sentem os outros que têm crenças diferentes das nossas, é um elemento-chave para superar a pandemia com um resultado positivo. Para Manes, “Todos nós necessitamos desenvolver um espírito coletivo muito forte que nos permita seguir adiante”.
Tudo parece indicar que o modelo híbrido, que combina o presencial com as alternativas digitais, será adotado em todas as áreas. “O contexto nos obriga a superar o medo da desumanização”, refletiu o neurologista.
O autor ainda afirmou que “as capacidades humanas que nunca vão ser imitadas pela tecnologia são e seguirão sendo insubstituíveis”, como criatividade, sensibilidade estética, intuição e poder de crítica. Entretanto, é fundamental reconhecer que as tecnologias são uma grande janela de oportunidade para novos aprendizados.
A programação do Estadão Summit Saúde acontece até sexta-feira (22). Ainda dá tempo de se inscrever!
Fonte: Estadão Summit Saúde 2021.