Vacina da Oxford não deve ser aplicada em gestantes, segundo Anvisa

11 de maio de 2021 3 mins. de leitura
Após possíveis eventos adversos no Brasil, 10 estados suspenderam a aplicação da vacina

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As mulheres grávidas ou puérperas que pariram nos últimos 45 dias foram incluídas em abril pelo Ministério da Saúde no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19. No entanto, uma nova recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda a suspensão imediata do imunizante da Oxford/AstraZeneca para este grupo.

A informação foi emitida por meio de nota técnica, que não tem um efeito de obrigatoriedade, e sim de orientação. Mas pelo menos dez estados e o Distrito Federal já suspenderam a aplicação do imunizante. A vacinação, nesses casos, deve ser realizada a partir de uma avaliação médica individual que considere os riscos e os benefícios para a paciente.

Até abril, o Brasil havia registrado aproximadamente mil mortes de grávidas ou mulheres que acabaram de dar à luz em decorrência da covid-19. O Ministério da Saúde chegou a recomendar às brasileiras que adiassem a gravidez por causa do agravamento da pandemia. 

Morte de grávida provocou suspensão

A orientação foi emitida pela Anvisa dias após a confirmação da morte de uma grávida pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Ainda que não haja um processo de investigação completo que relacione o óbito à aplicação do imunizante, as autoridades resolveram tomar medidas preventivas.

O produto desenvolvido pela Oxford não tem estudos de eficácia e reações adversas relacionados a gestantes, fetos e bebês. O Ministério da Saúde está buscando mais informações em outros países sobre o imunizante e, por enquanto, continua recomendando apenas em grávidas de grupos de risco.

Gestantes no grupo de risco de covid-19

Grávidas com comorbidades têm maior risco de complicações graves por conta da covid-19. (Fonte: Shutterstock/Marina Demidiuk/Reprodução)
Grávidas com comorbidades têm maior risco de complicações graves por conta da covid-19. (Fonte: Shutterstock/Marina Demidiuk/Reprodução)

Caso sejam infectadas pelo novo coronavírus, as gestantes têm maior risco de ter casos graves de covid-19 ou de morrer pela doença. Durante a pandemia, mais mulheres grávidas tiveram complicações e perdas gestacionais, segundo uma análise de 40 estudos em 17 países publicada na revista científica Lancet Global Health.

Uma equipe internacional de pesquisadores que trabalham em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou uma revisão de quase 200 estudos que envolveram 66 mil gestantes para descobrir os principais fatores de risco de covid-19 em grupo de mulheres grávidas, entre eles:

  • obesidade;
  • idade maior que 35 anos;
  • origem étnica não branca, como no caso de latinas e negras;
  • doenças imunes;
  • diabetes;
  • pressão alta;
  • asma;
  • terceiro trimestre de gestação.

Vacinas para grávidas

Médicos devem avaliar individualmente riscos e benefícios da aplicação de vacinas contra covid-19 em grávidas. (Fonte: Shutterstock/Prostock-studio/Reprodução)
Médicos devem avaliar individualmente riscos e benefícios da aplicação de vacinas contra covid-19 em grávidas. (Fonte: Shutterstock/Prostock-studio/Reprodução)

Uma pesquisa com mais de 35 mil pacientes realizada nos Estados Unidos mostraram a segurança da aplicação dos imunizantes da Pfizer e da Moderna em gestantes. As vacinas foram capazes de induzir uma resposta imune e, inclusive, as grávidas passaram anticorpos pelo cordão umbilical para o bebê.

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Fonte: Agência Brasil, Lancet Global Health, The Conversation, Estadão.

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