A vigorexia é um tipo de transtorno dismórfico corporal caracterizado por distorção da imagem corporal e preocupação excessiva em buscar um corpo musculoso. Afeta majoritariamente homens jovens que praticam atividades físicas visando ao desenvolvimento muscular.
O número de casos de vigorexia varia de 1% a 2% em pacientes dermatológicos e entre 2,9% e 16% em pacientes que buscam cirurgia estética. A baixa autoestima de indivíduos com vigorexia atinge inclusive quem já tem uma musculatura desenvolvida ou aparência atlética e se manifesta por comportamentos extremos em relação à prática de exercícios físicos e à alimentação com o objetivo de aumentar a massa e a definição muscular.
Essa condição é subdiagnosticada por uma série de razões. O constrangimento em revelar preocupações excessivas com a aparência, a busca por procedimentos estéticos em vez de um profissional de saúde mental e os diagnósticos incorretos, como transtorno de ansiedade social ou depressão, são alguns exemplos.
A seguir, entenda quais são as causas da vigorexia, os principais sintomas e os tratamentos disponíveis para esse transtorno.
Causas da vigorexia
A vigorexia tem causas multifatoriais, como pressão sociocultural e fatores psicológicos, bullying, comentários negativos sobre a aparência física e presença prévia de transtornos mentais.
As mídias sociais e a sociedade influenciam o humor e a autoestima, incentivando a busca por se enquadrar em padrões de beleza irreais, tornando muitos indivíduos suscetíveis ao transtorno dismórfico corporal (TDC).
Sintomas
Os sintomas da vigorexia podem impactar significativamente a saúde física e mental, pois, além de vício comportamental, podem surgir ansiedade e depressão, com casos graves podendo levar ao suicídio. Alguns dos sintomas do transtorno são:
- obsessão com o tamanho e a definição muscular;
- treinamento excessivo ignorando lesões e sinais de fadiga;
- compulsão por exercícios físicos;
- uso de esteroides ou outras substâncias para aumentar a massa muscular;
- controle excessivo e restritivo de alimentação;
- isolamento social pela preocupação com o corpo e a aparência independentemente dos resultados.
Do ponto de vista físico, a vigorexia pode levar a danos musculares, como miastenia e fadiga excessiva, podendo resultar em lesões e distúrbios do sono. O uso indiscriminado de anabolizantes e outras substâncias pode causar sérios danos ao sistema hormonal, hepático e cardiovascular. Além disso, dietas restritivas extremas favorecem desequilíbrios nutricionais e problemas de saúde em longo prazo.
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Tratamento
Considerando a etiologia multifatorial, o tratamento de vigorexia requer uma abordagem multidisciplinar, abrangendo:
- psicoterapia: para controlar as práticas de exercícios e os hábitos alimentares, promovendo a autoaceitação e o bem-estar independentemente de fatores externos;
- aconselhamento nutricional: para auxiliar no desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação e abandonar comportamentos restritivos e obsessivos;
- suporte social: apoio de família e amigos para fornecer um ambiente de compreensão e motivação positiva;
- tratamento de comorbidades: em casos em que há transtornos mentais associados, como diagnósticos prévios de ansiedade e depressão, é essencial tratar essas condições também;
- monitoramento médico: para avaliar os efeitos físicos de treinamentos intensos e do uso de substâncias potencialmente prejudiciais à saúde.
É fundamental reconhecer a importância da individualização no tratamento de pessoas com esse transtorno, uma vez que cada pessoa responde de maneira única e pode se beneficiar de abordagens diferenciadas.
A personalização do tratamento permite adaptar as terapias às necessidades e circunstâncias, a fim de alcançar os melhores resultados e promover uma recuperação mais efetiva e sustentável. A importância do tratamento adequado para a vigorexia não pode ser subestimada, pois a falta de intervenção pode resultar em sérias complicações físicas e psicológicas.
Diante desse cenário, torna-se fundamental buscar ajuda profissional para o diagnóstico preciso e uma abordagem terapêutica efetiva. Reconhecer a gravidade desse transtorno e procurar apoio especializado são atitudes essenciais para oferecer a melhor chance de recuperação e bem-estar ao indivíduo afetado.
Fontes: