Prática de yoga é aliada no controle da ansiedade

22 de novembro de 2019 4 mins. de leitura
Posições de yoga e técnicas de respiração auxiliam quem sofre desse mal tão comum no Brasil

Dormir pouco e mal faz parte da rotina de muitas pessoas, assim como sentir angústia e não conseguir desacelerar. Esses fatores e o estresse do trabalho são a mistura perfeita para o aparecimento de crises de ansiedade, por isso exercícios como a yoga, que buscam a conexão com o presente e o autoconhecimento, são aliados interessantes no controle desses transtornos psicológicos.

Brasil é o país da ansiedade

Segundo pesquisa realizada em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking dos países mais ansiosos do mundo, com 9,3% da população tendo algum tipo de transtorno de ansiedade. Para se ter uma ideia de quão alarmante é esse número, nossos vizinhos Paraguai e Chile têm taxas de 7,6% e 6,5%, respectivamente. As armas mais comuns para controlar esse mal são medicamentos e terapia, mas práticas complementares, como a yoga, podem ser aliadas poderosas no controle do estresse.

Benefícios para o corpo e a mente

A yoga trabalha aspectos físicos, emocionais, espirituais e psicológicos com sequências e posturas que conectam o corpo e a mente, fazendo com que os praticantes tenham mais equilíbrio. Técnicas de respiração e relaxamento também fazem parte dos exercícios, para que a pessoa entre em um estado contemplativo e acalme a mente.

Segundo o Ministério da Saúde, entre os benefícios da atividade se destacam redução do nível de estresse, regulação dos sistemas nervoso e respiratório, melhora na qualidade do sono e melhora no humor. Todos esses aspectos são bastante afetados quando o indivíduo desenvolve transtornos de ansiedade, e com a yoga é possível reequilibrá-los.

Auxílio no tratamento da ansiedade

Uma publicação da Escola de Medicina de Harvard sugere que a prática de yoga pode ajudar pessoas com transtornos de ansiedade a autorregularem os sintomas. O texto indica que os exercícios podem reduzir a resposta exagerada do cérebro ao estresse e ser úteis tanto em tratamentos de ansiedade quanto de depressão.

Ao proporcionar melhora na percepção do estresse, a atividade ajuda a regular a resposta do corpo a situações de estresse. Isso diminui a frequência cardíaca e melhora a circulação sanguínea, o que ajuda na respiração e faz com que a pessoa consiga se acalmar mais facilmente em momentos de crise.

Outra publicação da instituição apresenta um estudo de 2017 no qual foram analisados 23 veteranos estadunidenses. A conclusão foi que praticar yoga 2 vezes na semana por 8 semanas reduziu significativamente os níveis de depressão.

OMS orienta práticas

De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), nos anos 1970 a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional para estimular os países a adotarem em seus sistemas de saúde tratamentos mais naturais.

Ainda segundo a instituição, as chamadas Práticas Integrativas e Complementares (PICS) — entre elas a yoga — visam promover “uma nova cultura de cuidado, fortalecendo o vínculo terapeuta-paciente, o empoderamento do indivíduo e seu protagonismo no processo de cura, possuindo grande potencial desmedicalizador”. Entretanto, a entidade frisa que o papel dessas terapias não é substituir outros tratamentos, e sim complementá-los.

Terapias ao alcance de todos

Hoje, o Brasil é o líder mundial na oferta das chamadas PICS. Ao todo, são oferecidas 29 técnicas terapêuticas complementares pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa faz parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.

O Ministério da Saúde aponta que a procura por esse tipo de atividade complementar aos tratamentos com medicamentos vem crescendo no País. Entre 2017 e 2018, yoga e tai chi chuan tiveram um aumento de 46%, passando de 215 mil atividades ofertadas para 315 mil.

O número de participantes acompanhou esse crescimento, indo de 4,9 milhões para 6,67 milhões no período. Além disso, o número de estabelecimentos que ofertam as atividades também cresceu; em 2017, as PICS estavam disponíveis em pouco mais de 22 mil Unidades Básicas de Saúde, mas no ano seguinte esse número passou para 25.197 estabelecimentos.

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Fonte: Estadão, Ministério da Saúde.

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