Desenvolvido por cientistas da Universidade de Washington, o novo aparelho tem capacidade de detecção tão eficiente quanto a dos exames tradicionais
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A proteção contra o coronavírus ganhou um novo aliado. Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, criaram uma máquina capaz de detectar a presença de partículas de Sars-CoV-2 em um curto espaço de tempo.
Segundo a apresentação do projeto, o novo dispositivo consegue identificar entre 7 e 35 partículas virais por litro de ar em apenas cinco minutos. Essa sensibilidade é similar à do swab nasal, um teste amplamente conhecido que extrai amostras de células de dentro do nariz do paciente. Os resultados foram publicados na revista científica Nature.
Apesar de ter o tamanho de um simples umidificador de ar, a tecnologia por trás do novo aparelho desenvolvido pelos pesquisadores é impressionante. Uma das maiores dificuldades era a capacidade de identificar partículas em pequenas quantidades dentro de uma grande massa de ar.
Depois que isso foi resolvido, outro problema era conseguir coletar ar suficiente em pouco tempo para tornar o dispositivo mais eficiente. As primeiras tentativas captavam entre 2 e 8 metros cúbicos de ar por minuto, um resultado já muito bom.
Porém, o projeto atual é capaz de analisar incríveis 1.000 metros cúbicos de ar por minuto, o que representa mais de 1 milhão de litros.
Segundo Rajan Chakrabarty, um dos líderes da pesquisa, o aparelho cria um ciclone interno em sua câmara. Com o líquido girando em alta velocidade, as partículas virais se concentram na parede interna do dispositivo, tornando mais fácil seu reconhecimento.
Aquelas não pegas no líquido são filtradas por um purificador de ar de alta eficiência acoplado ao aparelho. Cinco minutos depois, o líquido é jogado para um biossensor, e o resultado fica pronto na hora.
Esse biossensor usa uma tecnologia bastante peculiar. Ele consiste em um eletrodo ligado a uma proteína produzida pelo corpo de lhamas e capaz de combater infecções melhor e de forma mais eficiente do que os anticorpos humanos. Quando estimulada com eletricidade, essa proteína se agarra a qualquer partícula de coronavírus que passe por perto.
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O novo dispositivo foi testado em quartos de pacientes infectados com covid-19, e os resultados foram bastante satisfatórios.
“Eles demonstraram que funciona. O dispositivo é capaz de detectar o vírus em níveis baixos no ar, com os quais estaríamos preocupados”, disse Linsey Marr, uma cientista que trabalha em outro projeto paralelo, mas similar ao da Universidade de Washington.
Porém, apesar de ter gerado grande animação na comunidade científica, ainda existem alguns problemas que devem ser resolvidos antes que o aparelho possa ser comercializado. Em primeiro lugar, o preço é bastante alto, variando entre US$ 1,4 mil e US$ 1,9 mil.
Outro problema é o barulho desagradável produzido durante o processo de captação do ar, muito parecido com o de um aspirador de pó. De todo modo, é esperado que em breve o dispositivo esteja disponível para hospitais, aeroportos e outros locais de alta circulação de vírus.
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