AstraZeneca: coquetel reduz em 50% o risco de morte por covid-19

11 de outubro de 2021 3 mins. de leitura
Em estudo clínico, coquetel injetável de anticorpos diminuiu taxa de hospitalização e morte em pacientes com alto risco

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A AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira (11) que o medicamento AZD7442, um tratamento que combina anticorpos de ação prolongada (LAABs) contra a covid-19, se mostrou eficaz para prevenir os casos graves e risco de morte pela doença, segundo estudo clínico de fase três desenvolvido pela empresa.

O tratamento conseguiu reduzir o risco de evolução de sintomas mais severos da doença ou casos de morte em 67%, em comparação ao placebo, em uma análise realizada com pacientes que receberam o remédio em até cinco dias após o início dos sintomas, segundo a farmacêutica britânica.

A terapia da AstraZeneca se mostra promissora tanto como medicamento preventivo quanto como tratamento para covid-19 após vários testes. Anteriormente, em agosto de 2021, a farmacêutica anunciou que o AZD7442 demonstrou uma redução estatisticamente significativa no risco de desenvolver sintomas da covid-19, em um estudo clínico de fase três de prevenção pré-exposição realizado com mais de 5 mil pessoas.

Como foi realizado o estudo da AstraZeneca

AstraZeneca está realizando dois estudos clínicos com o AZD7442 para testar medicamento contra a evolução das infecções causadas pelo coronavírus. (Fonte: Shutterstock/Tada Images/Reprodução)
AstraZeneca está realizando dois estudos clínicos com o AZD7442 para testar medicamento contra a evolução das infecções causadas pelo coronavírus. (Fonte: Shutterstock/Tada Images/Reprodução)

A pesquisa com resultados recém-divulgados envolveu 903 pacientes com chances de desenvolver sintomas graves ou ir a óbito em decorrência do coronavírus. Todos os participantes tiveram o diagnóstico da doença confirmado por exames laboratoriais.

Cerca de 90% das pessoas que participaram do estudo apresentava comorbidades, como câncer, diabetes, obesidade, doença pulmonar crônica ou asma, doença cardiovascular ou imunossupressão. Aproximadamente 13% dos participantes tinham 65 anos ou mais.

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Os pacientes não estavam hospitalizados e apresentaram sintomas leves e moderados de covid-19 a menos de uma semana, quando receberam uma dose de 600 mg de AZD7442, administrada por injeção intramuscular. Os participantes serão acompanhados por mais de 15 meses.

Os resultados da pesquisa ainda não foram publicados em revista científica e revisado por cientistas, mas a AstraZeneca já solicitou, no início de outubro, uma autorização de uso de emergência do medicamento junto a Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos.

Como funciona o AZD7442?

Anticorpos do coquetel se ligam a proteína Spike do coronavírus para impedir infecção de células. (Fonte: Shutterstock/Kateryna Kon/Reprodução)
Anticorpos do coquetel se ligam a proteína Spike do coronavírus para impedir infecção de células. (Fonte: Shutterstock/Kateryna Kon/Reprodução)

O AZD7442 utiliza os anticorpos monoclonais tixagevimab e cilgavimab, derivados de células B doadas por pacientes convalescentes de covid-19, que são capazes de bloquear a proteína Spike do coronavírus, impedindo a infecção das células.

As substâncias foram otimizadas pela AstraZeneca para triplicar a duração da ação oferecida. O coquetel de anticorpos consegue proporcionar até 12 meses de proteção após uma única administração, segundo a farmacêutica.

O medicamento é indicado para pacientes que não apresentam a resposta imunológica por conta das vacinas ou com maior risco de desenvolvimento de quadro grave de infecções causadas pelo coronavírus.

Caso aprovada, a terapia poderá ser administrada tanto de forma profilática, para evitar o início da covid-19, quanto logo após o aparecimento dos primeiros sintomas, para impedir a evolução da doença.

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Fonte: AstraZeneca.

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