Covid-19: estudo de variantes prevê evolução do vírus

20 de abril de 2021 3 mins. de leitura
Pesquisa sugere que vacinas podem não conseguir neutralizar totalmente as variantes do coronavírus em circulação

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Duas variantes do coronavírus espalhadas pelo Reino Unido e pela África do Sul estão preocupando os cientistas. Um novo estudo prevê que as vacinas em uso podem ter menos eficácia na neutralização dessas variantes do Sars-CoV-2, o que pode influenciar em novas reinfecções nos pacientes que já contraíram a doença. A pesquisa foi publicada em 8 de março de 2021, na revista científica Nature, de acordo com a Science Daily.

David Ho, um dos autores da análise e diretor do Aaron Diamond AIDS Research Center, disse que os primeiros resultados estão sendo confirmados. “Nosso estudo e os novos dados de testes clínicos mostram que o vírus está viajando em uma direção que está fazendo ele escapar de nossas vacinas e terapias atuais”, afirmou Ho.

De acordo com Ho, se a disseminação desenfreada do coronavírus continuar, estaremos condenados a perseguir o vírus em suas variantes de modo contínuo, como é feito com o vírus da gripe. Além disso, ele ressaltou: “tais considerações exigem que paremos a transmissão do vírus o mais rápido possível, redobrando nossas medidas de proteção e acelerando o lançamento das vacinas”.

Análise entre as variantes do coronavírus

Na avaliação, os pesquisadores utilizaram vírus criados em laboratórios e analisaram a interação deles com as variantes para conseguir compreender melhor a questão. (Fonte: Shutterstock)
Na avaliação, os pesquisadores utilizaram vírus criados em laboratórios e analisaram a interação deles com as variantes para conseguir compreender melhor a questão. (Fonte: Shutterstock)

Houve um cuidado redobrado na análise de mutações das duas variantes do coronavírus. Os pesquisadores envolvidos tiveram de criar um “pseudovírus” da covid-19 para conseguir compreender como combater as variantes. 

No Reino Unido, foram encontradas oito mutações do vírus, enquanto na África do Sul foram nove. Para saber como esses pseudovírus agiriam com as variantes, foi medida a sensibilidade em relação a anticorpos desenvolvidos para tratar pacientes com a covid-19. 

Além disso, no processo, foram utilizados soros de pacientes infectados no início da pandemia junto aos de pacientes vacinados com o imunizante da Moderna ou Pfizer para conseguir realizar as comparações de ação contra as mutações.

Variante do Brasil não foi analisada no estudo

Para impedir o avanço das variantes do coronavírus no Brasil enquanto a vacina não chega a toda população, as medidas de segurança (como uso de álcool em gel e máscaras) devem continuar. (Fonte: Shutterstock)
Para impedir o avanço das variantes do coronavírus no Brasil enquanto a vacina não chega a toda população, as medidas de segurança (como uso de álcool em gel e máscaras) devem continuar. (Fonte: Shutterstock)

A nova variante que está preocupando os médicos no Brasil, chamada de variante B.1.1.28, não teve participação nesse estudo. No entanto, de acordo com David Ho, as mutações de pico do Brasil são semelhantes às que ocorrem na África do Sul. Portanto, a variante brasileira deve se comportar de modo parecido à do país africano.

“Temos que impedir a replicação do vírus. Isso significa lançar a vacina mais rápido e seguir nossas medidas de proteção, como uso de máscaras e distanciamento físico. Parar a propagação do vírus vai impedir o desenvolvimento de novas mutações”, concluiu Ho.

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Fonte: BBC, Science Daily.

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