Covid-19: Pfizer pede à Anvisa registro de vacina para crianças

13 de novembro de 2021 3 mins. de leitura
Inclusão permitirá vacinação de crianças entre 5 e 11 anos, após ter sido autorizada pela Food and Drug Administration, nos Estados Unidos

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A Pfizer deu entrada na solicitação do registro definitivo da vacina contra covid-19 para crianças entre cinco e 11 anos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na sexta-feira (12). Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA) autorizou a aplicação do imunizante para a mesma faixa etária nos Estados Unidos.

O órgão regulador brasileiro tem até 30 dias para decidir sobre a autorização. O prazo poderá ser até menor, pois a agência costuma decidir sobre a possibilidade de uma nova vacina entre duas e três semanas, e já houve uma reunião de pré-submissão da solicitação três dias antes do pedido oficial.

A dose de vacina para crianças será menor que a utilizada para pessoas acima de 12 anos e, caso aprovada, será distribuída em frascos de cores diferentes. Em ensaio clínico com crianças de 5 a 11 anos, o imunizante da Pfizer apresentou 90,7% de eficácia contra o novo coronavírus.

Imunização de menores de 12 anos

Crianças de cinco a 11 anos já estão sendo imunizadas com vacina da Pfizer nos Estados Unidos. (Fonte: PixelsMD Production/Shutterstock/Reprodução)
Crianças de cinco a 11 anos já estão sendo imunizadas com vacina da Pfizer nos Estados Unidos. (Fonte: PixelsMD Production/Shutterstock/Reprodução)

Antes mesmo da autorização da Anvisa, o governo brasileiro já se movimenta para garantir a vacina de crianças. Isso demonstra uma mudança de atitude das autoridades em relação ao início da pandemia, quando os contratos da Pfizer foram recusados sob a justificativa de falta de aprovação do órgão regulador, atrasando a vacinação e contribuindo para o agravamento da pandemia.

Em novo contrato negociado com a farmacêutica americana, o Ministério da Saúde quer incluir a compra de 40 milhões de doses da vacina, o que seria necessário para imunizar todo o público de cinco a 11 anos com duas doses. Os primeiros lotes poderiam ser entregues ainda em dezembro, caso haja aprovação da Anvisa em tempo.

Em agosto, a agência rejeitou por unanimidade o pedido do Instituto Butantan para imunizar pessoas de três a 17 anos com a Coronavac. O colegiado da Anvisa considerou que as informações enviadas eram inconclusivas para identificar quais eram os riscos e a proteção oferecida pelo imunizante para crianças e adolescentes.

Riscos da covid-19 para crianças

Maioria dos casos de covid-19 em crianças não apresenta sintomas. (Fonte: FamVeld/Shutterstock/Reprodução)
Maioria dos casos de covid-19 em crianças não apresenta sintomas. (Fonte: FamVeld/Shutterstock/Reprodução)

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em agosto, apontou que foram registrados 3.561 óbitos por covid-19 em crianças e adolescentes no Brasil desde o início da pandemia. Cerca de metade das mortes foram registradas na faixa etária de cinco a 18 anos.

Entre os fatores de risco, estão o aumento da vulnerabilidade social, a composição demográfica da população brasileira e um número grande de crianças com condições crônicas, segundo a Fiocruz. O Brasil também enfrenta desafios para garantir acesso de qualidade na Atenção Primária à Saúde e no cuidado pediátrico de maior complexidade.

A covid-19 pode ser ainda mais arriscada para crianças e adolescentes, pois esse público costuma desenvolver a forma assintomática da doença. Apesar de, quando contaminados, apresentarem uma melhor evolução que os adultos, menores de 18 anos também podem ter infecções graves em decorrência do novo coronavírus, o que pode provocar a morte.

Fonte: Agência Brasil, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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