Opção é utilizada no tratamento de casos graves de covid-19 e de outras complicações respiratórias
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A terapia de Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO) é um recurso tecnológico da Medicina para substituir a atividade do coração ou do pulmão. Por isso, tem sido utilizada em casos críticos de covid-19, a fim de diminuir os processos inflamatórios causados pela doença e possibilitar que o organismo se recupere.
Um estudo publicado em The Lancet — revista médica — em setembro de 2020, por exemplo, indicou que a taxa de mortalidade foi inferior a 40% em pacientes que fizeram uso da terapia de ECMO durante o tratamento do novo coronavírus.
No entanto, mesmo os indivíduos que não têm comorbidades e que usam essa tecnologia podem não sobreviver, como foi o caso do ator Paulo Gustavo, que faleceu no início de maio de 2021, aos 42 anos, vítima da covid-19, mesmo com um mês de uso da ECMO na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Diferentemente da ventilação mecânica, que fornece um fluxo de ar para o interior dos pulmões, a terapia com ECMO pode substituir a função do órgão e também a do coração quando necessário. Trata-se de uma máquina que é ligada ao corpo do paciente por meio de cateteres, possibilitando que ela passe a fazer a circulação e a oxigenação artificial do sangue.
A técnica é altamente complexa e cara, de forma que exige recursos financeiros e também equipes qualificadas para realizar o procedimento de forma adequada e segura, garantindo a segurança no processo.
Por isso, a ECMO só é aplicada a casos graves, quando o paciente já está com alto comprometimento pulmonar e(ou) circulatório. É um procedimento tido como última opção, quando há risco de vida.
Embora aumente as chances de sobrevida, é necessário avaliar os riscos da opção, pois o paciente pode estar mais suscetível a casos de hemorragia, coagulação sanguínea, infecção, embolia pulmonar e AVC, pois a artéria carótida é utilizada na terapia de ECMO e leva o sangue direto ao cérebro.
A terapia de ECMO não é exclusiva para casos de covid-19. Ela também pode ser indicada para casos de insuficiência respiratória aguda, pneumonia ou bronquiolite graves. O uso dela ainda pode ser recomendado quando bebês recém-nascidos apresentam problemas no coração ou pulmão.
Por fim, outra indicação da tecnologia é em casos de inflamação ou de falha no funcionamento cardíaco, ou seja, em miocardites. Apesar disso, é importante ressaltar que para que o paciente seja submetido à ECMO é necessário avaliar a gravidade do quadro, bem como a sua possibilidade de reversão e melhora.
Fonte: The Lancet, Scielo.