Entidades norte-americanas calcularam o tempo que o vírus causador da covid-19 permanece em diferentes tipos de superfície
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A pandemia da covid-19 está mudando os hábitos da população em relação a isolamento social e higiene pessoal, como lavar as mãos com frequência. Essas são indicações que podem prevenir o aceleramento do contágio, evitando a superlotação dos sistemas de saúde em todo o mundo.
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Outro hábito que pouco a pouco começa a ser incorporado é o da limpeza das superfícies. Como o vírus é novo, cientistas ainda estão pesquisando o tempo que ele permanece ativo em mesas, tecidos e outros materiais.
Chamado oficialmente de Sars-CoV-2, o novo coronavírus pode permanecer até 3 horas em aerossóis, 4 horas sobre cobre e até 24 horas em papelão. As conclusões são de pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), do Centers of Disease Control and Prevention (CDC), da University of California e da Princeton University, todos nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados no The New England Journal of Medicine.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não validou os resultados, mas especialistas apontam que as superfícies devem ser higienizadas com maior frequência neste período de pandemia.
O Ministério da Saúde do Brasil desmentiu uma fake news de que o vírus da covid-19 poderia ficar até nove dias ativo sobre algumas superfícies, como metal, vidro e plástico. Essa informação diz respeito a outros tipos de coronavírus, causadores da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) e da síndrome respiratória aguda grave (SARS), inclusive os endêmicos (HcoV). Ainda não se pode concluir que o mesmo será observado na covid-19, apesar da alta probabilidade.
O dados obtidos até agora sugerem que o novo coronavírus poderia ser transmitido pelo ar, pois permanece até três horas em aerossóis, por isso deve-se seguir a nova orientação do uso de máscaras por qualquer indivíduo que precise sair de casa durante a quarentena — nesses casos, indica-se o uso de máscaras de tecido. O estudo também mostrou que superfícies como plástico e aço inoxidável permitem a sobrevida do vírus por até três dias.
Ainda assim, os pesquisadores envolvidos no estudo afirmam não ser conclusivo que o contato com essas superfícies é suficiente para a contaminação. Tanto o Sars-CoV-2 quanto seu “primo” Sars-CoV-1, que causou a epidemia da Sars, em 2002, têm estruturas e resistências muito semelhantes. Porém, o vírus atual está se alastrando em uma velocidade muito mais acentuada do que a vista 18 anos atrás. Na crise de Sars, que durou até 2004, foram cerca de 8 mil casos e 800 mortos — números muito inferiores aos registrados pela covid-19.
Outra situação é que foram encontradas partículas virais até 17 dias após o desembarque dos passageiros do cruzeiro Diamond Princess, que teve 712 casos entre passageiros e tripulação, com 11 mortos. Ainda não se sabe, porém, se essas partículas são viáveis para uma possível contaminação mesmo após tanto tempo.
Pesquisas com outros tipos de coronavírus mostraram que a limpeza de superfícies com desinfetantes domésticos é capaz de eliminar o vírus em cerca de um minuto. A composição do produto deve ter entre 62% e 71% de etanol, 0,5% de peróxido de hidrogênio ou 0,1% de hipoclorito de sódio (água sanitária). Acredita-se que o novo vírus também seja vulnerável a esses produtos.
Alvejante doméstico diluído, qualquer álcool acima de 70% e a maioria dos desinfetantes também são eficientes na higienização das superfícies. Porém, tome cuidado: nunca misture alvejantes com amônia ou outros limpadores, pois isso pode gerar vapores tóxicos que podem causar desde irritação nos olhos até a morte.
Caso alguém na sua residência esteja em isolamento por conta da covid-19, os cuidados de desinfecção dos ambientes comuns devem ser redobrados. Mesas, cadeiras, maçanetas e torneiras devem ser constantemente higienizadas.
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Fontes: AccuWeather, Live Science, Science Daily e Ministério da Saúde.