As impressões tridimensionais podem ser a esperança para quem aguarda na fila de transplantes
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A impressora 3D foi criada em 1980, inicialmente pensada para a indústria automobilística. Hoje, as impressões tridimensionais são uma realidade na medicina e passam por constantes estudos com o intuito de desenvolver novas alternativas para o setor. Inclusive, são vistas como uma solução eficaz para reduzir o número de pacientes aguardando por transplantes. Isso acontece porque as impressões 3D podem ser utilizadas para a produção de próteses ou réplicas de órgãos.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), existem mais de 35 mil pessoas na lista de espera por um transplante. Só no primeiro semestre de 2019, mais de 1 mil pessoas morreram enquanto esperavam uma doação compatível. Ainda assim, as pesquisas científicas estão avançando positivamente.
Em abril deste ano, foi realizada na Universidade de Tel Aviv, em Israel, a impressão de um pequeno coração feito com células humanas de um paciente. Apesar de ainda existirem algumas limitações, por a estrutura não bombear sangue, esses avanços são muito benéficos para a medicina.
Próteses costumam ser muito caras, mas as impressões 3D permitem a fabricação de forma rápida e mais barata, além de auxiliarem análises prévias feitas por médicos, reduzindo riscos em cirurgias complexas e na recuperação de pacientes no pós-operatório.
Também é possível imprimir próteses de tamanhos específicos para reparação de crânio, favorecendo a recuperação e qualidade de vida do paciente no pós-operatório. Outro avanço que a impressão tridimensional traz à medicina é a fabricação de peles para pessoas que sofreram queimaduras, assim como reprodução de cartilagem e ossos.
Segundo um artigo científico publicado na Revista Interdisciplinar Ciências Médicas, a impressão de protótipos de coluna já foi utilizada no Hospital das Clínicas e no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Além disso, a impressora 3D pode ajudar em tratamentos de câncer, a partir da impressão de tumores que podem ser utilizados para simular cirurgias, complementando os resultados obtidos em exames 2D.
As impressões de protótipos são feitas em camadas, com base em um pó, gel, metal ou plástico, inspiradas em imagens de exames clínicos, como ressonância magnética ou tomografia. A impressão de tecidos e órgãos é chamada de bioimpressão, mas o procedimento é basicamente o mesmo.
Fontes: Registro Brasileiro de Transplantes, Revista Interdisciplinar Ciências Médicas, Embrapa, Universidade de Tel-Aviv.