A telemedicina, que fornece laudos médicos especializados, é um braço ainda pouco compreendido da saúde.
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Talvez por causa do nome, a imagem que vem à cabeça quando se pensa em telemedicina, atividade regulamentada neste ano através da Resolução nº 2.227/18, do Conselho Federal de Medicina (CFM), é a de consultas por videoconferência, com o paciente apontando, na câmera, onde está o desconforto. Tele, porém, evoca o sentido original do radical grego distante, cujo uso cultural e aproximação fonética remetem apenas à ideia das telas de celulares, computadores e tablets.
Não ajuda que o imaginário popular tenha os médicos como figuras frias, que mal olham para seus pacientes. Segundo essa lógica, a barreira tecnológica apenas aumenta a distância. Ledo engano. A telemedicina usa a tecnologia para encurtar distâncias, empregando soluções inovadoras para fazer, entre outras coisas, o atendimento remoto de pacientes.
O foco está na emissão de laudos a distância, evitando perda de tempo com deslocamentos e permitindo que as melhores equipes médicas estejam a serviço de toda a população, não apenas de moradores das grandes cidades.
Para ajudar na desmistificação, separamos três mitos e três verdades sobre a telemedicina.
Os exames solicitados pelos médicos são realizados em clínicas especializadas e por profissionais capacitados. Os resultados são enviados para a equipe médica, que, através da análise dos dados, emite o laudo, o qual é o verdadeiro foco do processo. Dessa forma, quem se beneficia são especialmente pacientes com casos mais raros ou complexos, pois conseguem a revisão dos diagnósticos, evitando erros e aumentando a qualidade dos atendimentos.
A economia mais óbvia é a do tempo do paciente; afinal, com o uso de sistemas de telemedicina, ele não precisa se deslocar para chegar aos médicos. Outros custos a serem reduzidos são os administrativos e técnicos, como a impressão de documentos. Ao mesmo tempo, os profissionais da medicina podem otimizar mais seu trabalho ao conseguir dar atenção para diferentes casos simultaneamente.
A telemedicina gera preocupação em dois pontos: segurança dos dados e qualidade dos médicos. O primeiro é garantido pelos sistemas de gestão, que cria ambientes virtuais protegidos com criptografia de ponta, aferindo que as informações sejam verdadeiras. O acesso é sempre feito por senha pessoal e intransferível. A excelência no atendimento médico, por outro lado, é garantida pelas Normas Éticas de Utilização da Telemedicina, definidas pela Associação Médica Mundial, que regulamenta a prática.
Algumas modalidades da telemedicina, como a telerradiologia, já estão regulamentadas no Brasil, amparadas por regulação específica. Dessa forma, outras modalidades deverão se tornar correntes em breve, beneficiando pacientes de todo o País.
Clínicas e laboratórios têm muito a ganhar com a implantação da telemedicina, mas não são os únicos; os pacientes podem receber um laudo completo, com base em resultados de exames, em apenas 30 minutos. Em muitos casos, essa agilidade é a diferença entre vida e morte. Além disso, as consultas estão interligadas, permitindo que a equipe médica tenha uma noção muito mais global do estado de cada paciente.
No limite, toda e qualquer especialidade médica pode ser transportada para a telemedicina. Com o desenvolvimento tecnológico, cada vez mais a medicina evolui, a ponto de melhor atender à população, independentemente da necessidade.
Fontes: Medilab, Telemedicina Morsch, Teleimagem.