Os dados referentes à eficácia dos imunizantes contra a covid-19 têm gerado dúvidas na população
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Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os laboratórios ao redor do mundo têm desenvolvido diferentes vacinas para frear a propagação da doença. Depois do fim do período de testes, várias notícias sobre as taxas de eficácia começaram a ser divulgadas, mas o que significam esses dados?
Por exemplo, o imunizante da Pfizer tem eficácia de 95%, a da Moderna 94% e da Johnson & Johnson de 66%, mas isso significa que a terceira opção não é segura e que a melhor vacina é aquela com maior eficiência?
Essas informações precisam ser esclarecidas, pois como a maioria das pessoas não compreende o que esse valor significa, gera-se uma insegurança sobre a qualidade e benefícios dos imunizantes, podendo agravar ainda mais as implicações da pandemia.
Primeiramente, é preciso desconstruir o mito de que vacinas com eficácia menor que 90% não protegem. A da influenza (gripe), por exemplo, é dada anualmente a idosos e grupos prioritários e previne gripes de cepas, como a H1N1, salvando a vida de milhares de pessoas, mesmo que a sua eficácia média seja de 60% a 70%.
No período de 2019 a 2020, nos Estados Unidos, cerca de 7,5 milhões de casos de gripe foram evitados devido ao imunizante da gripe sazonal, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Como citado, a eficácia da opção da Pfizer é de 95%, mas isso não significa que 5% das pessoas vacinadas contraíram a covid-19. Esse valor maior significa que as pessoas vacinadas tiveram um risco 95% menor de contrair a doença em comparação com outro grupo avaliado de pessoas que não foram vacinadas. Ou seja, os vacinados do grupo de estudo tiveram 20 vezes menos chance de contrair a covid-19 do que as demais pessoas.
Por que comparar eficiência de imunizantes diferentes é complicado?
Os imunizantes não devem ser comparados uma vez que os ensaios clínicos ocorreram em diferentes áreas geográficas, com diferenças na população e com variantes diversas da covid-19. Além disso, cada laboratório define um critério próprio para corroborar a sua eficácia. Portanto, não há equivalência entre elas.
A Pfizer e a Moderna definiram que um caso seria relativo à pessoa tendo, pelo menos, um sintoma leve e o teste positivo para a doença. Já a Johnson & Johnson definiu um caso com o teste positivo e um sintoma moderado ou dois sintomas leves.
Mas, independentemente do laboratório, é importante frisar que os estudos tiveram foco em diminuir o número de casos graves com hospitalizações e mortes e, felizmente, as três opções citadas foram 100% eficazes na prevenção do modo mais grave da doença. Ou seja, nenhuma pessoa imunizada em qualquer um dos ensaios foi hospitalizada ou morreu de covid-19 após as vacinas terem seu efeito completo.
Por fim, destaca-se que nenhum dos três ensaios analisou a covid-19 assintomática. Em outras palavras, a aplicabilidade delas é contra os sintomas da doença e não sobre a proteção contra a infecção. Dessa forma, mesmo os imunizados devem continuar utilizando máscara e seguindo os protocolos para diminuir a propagação do vírus.
Fonte: Live Science, BBC.