Representatividade feminina na ciência: importância e desafios

11 de fevereiro de 2020 3 mins. de leitura
O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência marca o sucesso do gênero feminino nos campos científico e tecnológico

Evento online e gratuito debate as transformações das cidades na pandemia. Inscreva-se agora.

Em 11 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data, instituída em 22 de dezembro de 2015 pela Resolução n. 70/212 da Assembleia das Nações Unidas, visa dar destaque à representatividade feminina em carreiras nas áreas tecnológicas e científicas.

De acordo com o documento, é preciso se dar conta de que a igualdade e o empoderamento do gênero feminino proporcionarão uma contribuição crucial e ajudarão a alcançar os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) dirigiram a mensagem pela data comemorativa aos obstáculos enfrentados por mulheres para entrar nos setores de programação, tecnologia e engenharia, segmentos que mais crescem no mundo todo. De acordo com as agências internacionais, o cenário de exclusão feminina nesses segmentos só deixa mais sério o problema de desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

(Fonte: Shutterstock)

Ciência e igualdade

Segundo o Instituto de Estatística da Unesco, apenas 28% de pesquisadores mundiais são do gênero feminino, apesar da notoriedade e do espaço que as mulheres conquistaram nas últimas décadas.

Nos campos científico, tecnológico, da engenharia e da matemática (também conhecidos como STEM, sigla em inglês para Science, Technology, Engineer and Mathematics), a representatividade feminina ainda é muito baixa. Para a Unesco, é preciso que haja uma mudança de atitude e que toda menina e mulher acredite mais em si como exploradora, inovadora, engenheira, inventora e cientista.

Curiosamente, nem sempre foi assim. Segundo o Jornal da USP, no início dos anos 1970, a área de computação era representada em sua maioria por estudantes do sexo feminino. A primeira turma de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME), em 1974, era composta de 20 alunos, sendo 14 mulheres; em 2016, o cenário era outro: de 41 alunos, apenas seis eram do gênero feminino.

Mas é claro que temos alguns nomes notáveis que deixaram sua marca em tempos ainda mais difíceis para o gênero feminino. Ada Lovelace, por exemplo, é considerada a primeira programadora do mundo.

(Fonte: Shutterstock)

Em meados do século XIX, ela entendeu o que um algoritmo seria capaz de fazer e que a Máquina Diferencial, objeto de estudo do cientista Charles Babbage, com quem ela trabalhava, podia fazer muito mais do que apenas executar cálculos matemáticos. Disso, o projeto evoluiu para a Máquina Analítica, e o seu algoritmo foi considerado o primeiro programa de computador criado.

Voltando às estatísticas, uma boa notícia: as brasileiras estão presentes em muito mais do que os 28% que a Unesco apontou. Segundo uma pesquisa da empresa global de informações analíticas Elsevier, intitulada Gender in the Global Research Landscape (cenário de gênero na pesquisa global, em tradução livre), a porcentagem de pesquisadoras entre 2011 e 2015 é de 49%, contra 51% de pesquisadores do gênero masculino.

Entre 1996 e 2000, esse índice era de 38% de mulheres para 62% de pesquisadores homens. Ou seja, as brasileiras estão indo à luta e conquistando seu espaço nos segmentos de matemática, engenharia, tecnologia e afins.

Fontes: Nações Unidas, Unesco, Jornal da USP, Elsevier.

27662cookie-checkRepresentatividade feminina na ciência: importância e desafios