Risco de ruptura do aneurisma pode ser reduzido com medicamentos

27 de agosto de 2022 4 mins. de leitura
Estudo mostrou benefícios na aplicação de um grupo de medicamentos em pacientes

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As doenças crônicas estão entre as maiores causas de morte na América atualmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença cardiovascular (DVC) é o principal motivo. Outro dado alarmante é que, dentro do grupo de pessoas afetadas, a hipertensão costuma estar presente em 50% dos casos, em média.

Assim como ocorre com o aneurisma, muitas vezes essas doenças agem de forma silenciosa no organismo, tornando o diagnóstico clínico mais difícil e aumentando a necessidade de ofertar tratamentos mais eficazes para os pacientes, que só costumam buscar auxílio quando o quadro está mais avançado.

Um novo estudo realizado com mais de 3 mil pessoas com pressão alta e aneurisma trouxe destaque para uma forma de tratamento que teve como base o uso de inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), pertencentes a um grupo de medicamentos utilizados para a redução da pressão arterial. O objetivo foi observar a redução da chance de complicações nos pacientes analisados.

(Fonte: Unsplash/Reprodução)

Estudo analisa riscos em pacientes

O aneurisma é o resultado do enfraquecimento da parede de uma artéria, estando muitas vezes relacionada à hipertensão. Responsável por aumentar significantemente o risco de acidente vascular hemorrágico, ela também tem como possíveis causas o consumo de cigarro, diabetes, alcoolismo e uso de drogas.

Publicado na Hipertension, periódico revisado por pares da Amercian Heart Association, o estudo multicêntrico evidenciou a redução do risco de ruptura do aneurisma em 18% nas pessoas que pertenciam ao grupo em acompanhamento.

Segundo Qinghai Huang, professor de Neurocirurgia do Hospital Xangai, na China, e pesquisador-chefe do estudo, aproximadamente metade dos pacientes com aneurisma intracraniano apresentam também pressão alta, o que pode vir tanto a causar a ruptura em uma artéria quanto agravar a condição, que costuma ocorrer mais frequentemente na região cerebral.

Ainda segundo o professor, um terço dos pacientes com aneurisma rompido vai a óbito, enquanto um outro terço permanece debilitado devido às sequelas. A pesquisa envolveu a análise de mais 3 mil adultos hipertensos de nível controlado, ou seja, com o uso de medicamentos, e não controlado, quando a pressão se apresenta elevada mesmo com o tratamento.

(Fonte: Unsplash/Reprodução)

O uso de inibidores de SRAA no tratamento

Entre 2016 e 2021, em 20 centros médicos situados na China, o objetivo foi de avaliar a associação entre o uso de inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e outras medicações para controle da pressão. 32% destes pacientes acompanhados apresentaram risco de ruptura do aneurisma intracraniano, enquanto que sem o uso dos inibidores, o valor foi mais do que o dobro, chegando a 67%.

Ainda segundo Huang, muito dos aneurismas poderiam ser evitados com esta forma de tratamento, uma vez que mesmo entre as pessoas com hipertensão o risco de complicações pode ser reduzido, auxiliando na prevenção. Estima-se que o risco de ruptura da artéria seja 1,8% maior em mulheres do que em homens.

Além disso, usando um modelo de estudo multivariável, os pesquisadores também concluíram que hipertensão não controlada, fumo passivo e diabetes tipo 2 sem tratamento também elevam o risco de ruptura do aneurisma. Conjuntamente, todas essas descobertas abrem portas para atuação em formas mais direcionadas de prevenção, reforçando também como os hábitos e a qualidade de vida impactam na saúde geral de um indivíduo.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: OPAS – OMS, Science Daily

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