Saúde mental das mulheres deve ser foco de atenção - Summit Saúde

Saúde mental das mulheres deve ser foco de atenção

22 de outubro de 2021 3 mins. de leitura

O projeto “Conta, Mana” da Medley promove ações direcionadas ao bem-estar e autocuidado feminino

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Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.

A saúde mental da mulher e a importância do autocuidado são temas que se tornaram o eixo central do “Conta, Mana”, projeto lançado pela Medley, que foi abordado no painel do Estadão Summit Saúde 2021, nesta sexta-feira (22). O evento, realizado de forma online e gratuita, é o maior e mais importante do setor no Brasil.

“Principalmente na pandemia, a mulher é a mais impactada”, comentou Joana Adissi, diretora-geral da Medley. A crise sanitária fez a equidade de gênero retroagir a níveis de mais de uma década atrás, segundo o relatório da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).

A ONU aponta também que 70% dos profissionais na linha de frente do combate à covid-19 são do sexo feminino. Mas, além disso, as mulheres também são responsáveis por 70% das atividades domésticas, incluindo o cuidado dos filhos.

Invisibilidade da saúde mental feminina

“O propósito da Medley hoje é a democratização do acesso à saúde integral”, revelou Joana Adissi. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)
“O propósito da Medley hoje é a democratização do acesso à saúde integral”, revelou Joana Adissi. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)

O excesso de carga de trabalho sobre as mulheres faz com que elas não priorizem ou dediquem tempo para cuidar da própria saúde. “O cuidado com o outro vem sendo o primeiro”, comentou Deh Bastos, criadora do projeto “Criando Crianças Pretas” e embaixadora do “Conta, Mana”.

“A saúde mental é um tabu em nossa sociedade, mesmo quando a gente tem acesso à informação”, avaliou a embaixadora. No caso das mulheres, isso ainda é pior. Muitas vezes, o tema nem passa pela cabeça das mulheres, em meio a tantas prioridades de sobrevivência. “A gente até normaliza a exaustão, a gente normaliza o fato de que a gente precisa cuidar dos outros”, considerou Deh Bastos.

Quanto você dedica para cuidar da sua casa? Quanto tempo você dedica para cuidar dos filhos? Quanto tempo você dedica para cuidar de si mesma? Essas três perguntas realizadas pelo “Conta, Mana” ajudam a provocar uma reflexão sobre a vida das mulheres em meio a uma série de responsabilidades familiares e domésticas impostas por uma construção social que promove a iniquidade de gênero.

Como funciona o projeto “Conta, Mana”

“Quanto mais imersa nesse ritmo de sobrevivência, menos a gente olha para o bem-estar mental”, avaliou Deh Bastos. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)
“Quanto mais imersa nesse ritmo de sobrevivência, menos a gente olha para o bem-estar mental”, avaliou Deh Bastos. (Fonte: Estadão Summit Saúde 2021/Reprodução)

“A maioria das mulheres da classe C estão em modo de sobrevivência, vendendo o almoço para comprar o jantar”, contou Bastos. Por isso, o projeto “Conta, Mana” realiza uma série de ações para oferecer um espaço de suporte para este público por meio de campanhas de comunicação em redes sociais.

O projeto também criou um mapa de instituições em que as mulheres podem encontrar assistência. “A gente não tentou reinventar a roda, já existem lugares que fazem apoio para essas mulheres”, afirmou a embaixadora. A diretora da Medley destacou a importância da sororidade. “Esse olhar sobre a outra que é a nossa mana nos vai nos dar um suporte”, comentou.  

Fonte: Estadão Summit Saúde 2021, Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento (ONU Mulheres). 

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