Sputnik Light: vacina com dose única é aprovada na Rússia

6 de maio de 2021 3 mins. de leitura
Imunizante demonstrou eficácia de 79,4%, de acordo com anúncio do Fundo Soberano da Federação da Rússia

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A Rússia autorizou nesta quinta-feira, 6 de maio, o uso de uma vacina com dose única contra o coronavírus. De acordo com o Fundo Soberano do país, a Sputnik Light, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, de Moscou, apresentou eficácia de 79,4% após quatro semanas da aplicação e custaria menos de US$ 10 por unidade.

O Fundo Russo de Investimento Direto (RFID) afirmou que o objetivo da imunização em única dose é ampliar o número de pessoas vacinadas em um período mais curto, sendo um instrumento eficaz para conter surtos em países com taxas crescentes de infecção. Ainda assim, a Sputnik V, aplicada em duas doses, continua sendo a principal fonte de vacinação contra a covid-19 no país.

Índia, Coreia do Sul e China devem produzir o imunizante, segundo informações do RDIF. A expectativa é que os 64 países que aprovaram a utilização das duas doses da Sputnik V também autorizem o uso da nova versão.

Teste de eficácia da dose única

Fundo Russo afirma que eficácia de dose única da Sputnik é superior à de outros imunizantes. (Fonte: Shutterstock/Yalcin Sonat/Reprodução)
Fundo Russo afirma que eficácia de dose única da Sputnik é superior à de outros imunizantes. (Fonte: Shutterstock/Yalcin Sonat/Reprodução)

As fases 1 e 2 dos estudos da vacina de dose única Sputnik Light foram realizadas entre janeiro e março de 2021, e o imunizante demonstrou segurança para todos os indivíduos e não registrou qualquer evento adverso sério.

O resultado provisório da análise indicou que o imunizante gerou anticorpos em 96,9% dos participantes do teste após 28 dias da aplicação. Em 91,67%, a dose única também estimulou a formação de anticorpos neutralizantes, que são capazes de impedir a infecção em células humanas. Todos os voluntários desenvolveram resposta imune celular contra a proteína spike do vírus.

O FDIC informou, ainda, que, nos indivíduos com imunidade pré-existente contra o Sars-CoV-2, a Sputnik Light pode provocar aumento do nível de anticorpos IgG em mais de 40 vezes no décimo dia após a imunização.

Em fevereiro, o Instituto Gamaleya e o RDIF lançaram um estudo de eficácia global da Sputnik Light. A fase 3 envolveu 7 mil pessoas na Rússia, nos Emirados Árabes Unidos, em Gana e em outros países. Os resultados provisórios são esperados para o fim de maio de 2021.

Sputnik no Brasil

Importação brasileira da Sputnik pode virar assunto de ações judiciais e da CPI da covid-19. (Fonte: Shutterstock/Dmitriy Kandinskiy/Reprodução)
Importação brasileira da Sputnik pode virar assunto de ações judiciais e da CPI da covid-19. (Fonte: Shutterstock/Dmitriy Kandinskiy/Reprodução)

Os estados do Nordeste e do Norte, além do Ministério da Saúde do Brasil, chegaram a negociar a compra de 76 milhões de doses da Sputnik V, que necessita de aplicação dupla. No entanto, a importação do imunizante foi negada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O órgão defende que faltam dados técnicos e há pendências na documentação apresentada pelo fabricante, o que impede o processo para verificar se a vacina é segura e eficaz. Uma das principais questões levantadas é a presença de adenovírus replicante em nível 300 vezes superior ao máximo permitido pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos — fato negado pelo Fundo Russo, que estuda judicializar a questão.

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Fonte: Russian Direct Investiment Fund (Rdif), Reuters, Agência Brasil.

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