Tecnologia a serviço da longevidade: quando a inovação pode salvar vidas

13 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
No último século, inovações permitiram que humanos vivessem mais tempo e melhor graças a avanços no diagnóstico e tratamento de doenças.

Nos anos 1940, os brasileiros viviam, em média, até os 45,5 anos. Em 2019, menos de 80 anos depois, uma expectativa de vida da população nacional cresceu 30,5 anos: é provável que cada um de nós viva até os 76 anos. Globalmente, os números seguem a mesma direção: em apenas 15 anos, com expectativa de vida abaixo de 5 anos, entre 2000 e 2015.

Aliados a esses números estão mostrando dados sobre mortalidade infantil e redução de doenças como Aids, que consideram os índices nos países do continente africano, por exemplo. Esse crescimento é um resultado direto das campanhas de conscientização e aumento da atenção à saúde, mas também pode ser creditado à evolução das técnicas para tratamento de patologias que, até muito pouco tempo atrás, eram usadas incuráveis.

A própria Aids é um exemplo. Nas décadas de 1970 e 1980, uma epidemia parecia ser um grande e insolúvel problema – e realmente era. Até o desenvolvimento de medicamentos que aumentou como chances de supressão viral garantiram muito mais qualidade de vida e saúde aos portadores de vírus HIV.

No ano passado, quando ficou marcado o aniversário de 30 anos da luta contra a Aids no Brasil, o País viu taxas de mortalidade em decorrência da doença cair de 5,7 para 4,8 óbitos por 100 mil habitantes em apenas quatro anos. Em 1995, esse número chegou a 18,7 por 100 mil.

Viver mais e melhor

Não foi apenas na abordagem das epidemias que o mundo evoluiu nas últimas décadas. Graças à tecnologia, doenças que afetam diferentes idades e condições também têm atenção.

É o caso de diversas condições oftalmológicas, como miopia, hipermetropia e presbiopia, a popular vista cansada, e até mesmo catarata. As duas últimas, especialmente, são condições quase inevitáveis. A presbiopia afeta todos os indivíduos por volta dos 40 anos de idade, enquanto a catarata é frequente aos 50 ou 60 anos.

Embora o prejuízo à visão decorrente das duas patologias continue implacável, ambas agora têm tratamentos a laser que possibilitam restabelecer a qualidade de vida dos pacientes, garantindo uma visão renovada. Imagine entrar em uma sala de cirurgia sem enxergar direito e, em apenas alguns minutos, voltar a ver tudo nitidamente? É a inovação operando milagres.

Soluções similares são aplicadas também em outras áreas, acelerando ou mesmo tornando possíveis diagnósticos mais precisos e procedimentos inalcançáveis para os olhos ou as mãos humanas. Isso sem falar da genética, que vem permitindo compreender melhor a origem de tantas desordens, síndromes e transtornos como o autismo.

Nessa área, estudos em genética possibilitaram identificar em quais genes estão as possíveis deformações que levam ao desenvolvimento dos sintomas do espectro autista, enquanto outros, relacionados ao comportamento, avançaram o diagnóstico para menos de 1 ano de idade.

Medicina do futuro

Se os avanços graças ao sequenciamento do DNA e às inúmeras possibilidades proporcionadas pela tecnologia já pareciam ter elevado o patamar da saúde, o que esperar quando a inteligência artificial e o aprendizado de máquina entram em cena?

A chegada dessas inovações à área da saúde já está garantindo que operações transmitidas via internet melhorem não só a qualidade do ensino da Medicina mas também aprofundem as experiências dos profissionais da área.

Avanços como telemedicina, monitoramento remoto e adoção de prontuário eletrônico aceleram o atendimento e diminuem as chances de erro no tratamento médico, enquanto a Internet das Coisas aproxima a inovação da rotina das pessoas.

Não são poucos os casos de pacientes que recorrem a ajuda especializada depois de seus dispositivos eletrônicos, como smartwatches, identificados problemas cardíacos ou falhas renais. A tecnologia voltada à saúde evoluiu tanto que até o seu relógio pode ajudar a salvar sua vida.

Fontes: Aids Brasil, ONU, EBC.

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