Estudo realizado na Universidade da Califórnia indica que a opção poderia reduzir infecção por covid-19
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Um estudo coordenado por James McKerrow, PhD e reitor da área de Ciências Farmacêuticas da Universidade da Califórnia, analisou a possibilidade de usar terapia cardíaca experimental em casos de covid-19.
A motivação se deu com base em outras pesquisas de McKerrow, que analisam doenças parasitárias negligenciadas, como a doença de Chagas (principal causa de insuficiência cardíaca na América Latina).
Em suas pesquisas anteriores, McKerrow buscou encontrar inibidores da molécula cruzaína, pois dessa forma poderia formar uma base para a formulação de novas medicações antiparasitárias e frear os impactos de doenças, especialmente em localidades mais pobres.
Porém, após o início da pandemia, os pesquisadores optaram por realizar análises a respeito do novo coronavírus e observaram que, para infectar o organismo, o Sars-CoV-2 precisa de uma enzima chamada “catepsina L”, que possibilita o seu encaixe nas células humanas, sendo que essa proteína é muito parecida com a cruzaína.
Portanto, o fato motivou os pesquisadores a analisar se os inibidores da cruzaína também podiam diminuir a concentração da catepsina L no organismo e, assim, frear a infecção pelo coronavírus.
As conclusões do estudo publicado em 31 de março de 2021 indicam que ele não teve o mesmo efeito em todas as linhas celulares, o que provavelmente está relacionado com o fato de que essas linhas não produzem de forma igualitária as quantidades de catepsina L.
Ainda assim, a análise de McKerrow e sua equipe comprovam que, até o momento, esse inibidor foi a melhor atuação preventiva contra a infecção por covid-19 nas células que produziam uma maior quantidade de enzimas receptoras do vírus.
É preciso destacar que essas pesquisas foram feitas apenas em fase laboratorial, o que certamente difere de possíveis análises feitas em seres humanos — saudáveis ou não.
Entretanto, a Selva Therapeutics, empresa privada de biotecnologia, descobriu paralelamente ao estudo que essa terapia experimental com K777 evitou danos pulmonares em animais infectados com covid-19.
Além disso, a empresa também indicou que a terapia cardíaca experimental foi bem tolerada por pessoas que participaram da fase preliminar de um estudo clínico, a fim de avaliar a segurança do tratamento.
Esse tipo de estudo fortalece sua importância no momento atual, em que mais de 138 milhões de pessoas foram infectadas pela doença e quase 3 milhões perderam a vida lutando contra a covid-19.
No Brasil, ainda não há medicações específicas liberadas para o tratamento da infecção, diferente dos EUA que aprovaram a terapia com o antiviral Remdesivir para uso em pacientes hospitalizados. Dessa forma, possíveis terapias experimentais ou complementares significam uma esperança nesse cenário.
Fonte: Science Daily.