Nova formulação da vacina pode proporcionar mais doses do imunizante com custo menor às nações
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Com o intuito de combater o novo coronavírus, diversas empresas estão desenvolvendo vacinas em um esforço para que todas as nações sejam imunizadas. Atualmente, uma fórmula criada para auxiliar os países de renda baixa e média está sendo testada no Brasil, na Tailândia, no Vietnã e no México.
A chamada “NDV-HXP-S” utiliza em sua formulação um desenho molecular diferente, em que o esperado é a criação de anticorpos mais potentes que os imunizantes já lançados no mercado. Além disso, com essa nova fórmula, busca-se unir baixo custo de produção e maior facilidade de gerar muitas doses.
Para isso, foi escolhida uma técnica já conhecida no mundo científico e usada para produzir bilhões de doses de vacina contra a gripe todos os anos, que consiste em utilizar ovos de galinha.
Conforme os ensaios clínicos indicaram, a NDV-HXP-S pode ser uma forma segura e eficaz de se produzir doses em massa de modo que os países mais pobres não precisem depender apenas das vacinas oferecidas pelos países ricos, já que podem fabricá-las em seu território ou comprá-las a custo baixo das nações vizinhas.
A primeira fase da pesquisa será concluída no mês de julho, quando será possível saber se o novo imunizante funciona de modo eficaz nas pessoas, mas ainda levará alguns meses para que haja a fase final de estudos. Por enquanto, os testes feitos em animais foram positivos, dando esperanças aos pesquisadores.
Para a vacina NDV-HXP-S ser fabricada, o vírus é injetado nos ovos, de modo que dentro as moléculas consigam reproduzir cópias em abundância. Após um período, os pesquisadores extraem os vírus desses ovos, enfraquecendo-os ou matando-os para posteriormente colocar nas vacinas e gerar o imunizante.
Se a pesquisa for 100% efetiva, as fábricas que já utilizam a técnica em todo o mundo podem focar em produzir em larga escala, já que um único ovo pode render de cinco a dez doses de NDV-HXP-S. Dessa forma será mais fácil proteger a população, evitando novos casos por diminuir a transmissão do vírus.
A PATH, organização internacional de saúde sem fins lucrativos, realizou a conexão entre os fabricantes de vacina e a utilização da técnica em ovos para a produção do novo imunizante. Em março, o Instituto de Vacinas (Vietnã) anunciou que começaria um estudo clínico, em seguida a Tailândia fez o mesmo.
Aqui no Brasil, o Instituto Butantan já pediu a autorização para também iniciar seus próprios testes clínicos para a NDV-HPX-S.
As atuais vacinas disponíveis no mercado necessitam de ingredientes caros e especiais para que a produção seja realizada: a da Moderna, por exemplo, precisa de material genético do tipo nucleotídeos, além de um ácido graxo produzido sob medida.
Para os países de baixa e média renda, fabricar o próprio imunizante teria grande impacto positivo, pois eles não dependeriam tanto da importação e poderiam agilizar doses para sua população em suas fábricas de vacinas tradicionais.
Fonte: The New York Times.