Vacina da Pfizer apresenta 95% de eficácia contra coronavírus

19 de novembro de 2020 3 mins. de leitura
Pfizer e BionTech vão encaminhar solicitações de uso emergencial aos EUA e à União Europeia nos próximos dias

A farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia BionTech anunciaram os resultados consolidados da terceira fase de testes da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela parceria. 

De acordo com os dados, a substância apresentou 95% de eficácia nos grupos analisados, marcando “um passo importante nesta jornada histórica de oito meses para trazer à luz um imunizador capaz de nos auxiliar na finalização desta pandemia devastadora”, comemora Albert Bourla, chefe-executivo da Pfizer.

Ainda segundo Bourla, ambas as companhias já estão encaminhando os documentos a agências reguladoras do mundo todo e devem apresentar, nos próximos dias, um pedido de autorização de uso emergencial aos Estados Unidos e à União Europeia. 

Das mais de 43 mil pessoas envolvidas nas avaliações, 170 contraíram a doença, mas 162 delas receberam o placebo. Oito voluntários manifestaram a forma grave da condição, sendo que apenas um foi, efetivamente, vacinado.

Companhias deram um passo importante no combate à covid-19. (Fonte: Shutterstock)
Companhias deram um passo importante no combate à covid-19. (Fonte: Shutterstock)

Uma das grandes vantagens da chamada BNT162b2 é apontada por Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech: “A eficácia foi consistente em dados demográficos de idade, raça e etnia. A rápida proteção que esta vacina oferece – combinada com seu perfil de tolerabilidade em todas as faixas etárias estudadas até agora – deve ajudar a tornar o imunizador uma ferramenta importante para enfrentar a pandemia atual.”

Em idosos, funcionou igualmente bem, ressaltam as responsáveis, já que as taxas de proteção atingiram mais de 94% de sucesso. De qualquer modo, as análises devem se estender por mais dois anos para que a segurança da vacina seja comprovada.

Emer Cooke, chefe da Agência Europeia de Medicamentos, disse que o órgão regulador da UE deseja tornar o processo de aprovação “o mais eficiente e eficaz possível.” Cook complementou, em conferência virtual, de acordo com o Financial Times: “Estamos esperançosos de que poderemos formar uma opinião antes do fim do ano.”

"Eficácia consistente", ressalta executivo da BionTech. (Fonte: Shutterstock)
“Eficácia consistente”, ressalta executivo da BionTech. (Fonte: Shutterstock)

Próximos passos

Cinco países participaram desta etapa da pesquisa: Brasil, Argentina, África do Sul, Turquia, Alemanha e Estados Unidos, envolvendo 150 redes de acompanhamento. Aproximadamente 41% dos participantes possuem de 56 a 85 anos, representando um dos grupos considerados prioritários, e expectativas iniciais apontavam uma eficácia de 90%, que, felizmente, foi superada. No total, 41.135 pessoas receberam a segunda dose do que poderia ser vacina ou solução salina.

Efeitos colaterais, entretanto, existiram, se restringindo, segundo as empresas, à fadiga, que acometeu 3,8% de um grupo randomizado de 8 mil voluntários – associada, provavelmente, a uma dosagem baixa, supõe Ugur Sahin. O executivo destaca que tais manifestações não afetam a segurança da BNT162b2.

Por fim, se tudo correr como o esperado, o próximo desafio está na produção (que ficará por conta de três fábricas da Pfizer nos Estados Unidos e uma na Bélgica, além das instalações da BionTech, que estarão à disposição) e na distribuição, já que a substância deve ser armazenada a uma temperatura de -70°C.

Ainda assim, a Pfizer está otimista quando à entrega de 50 milhões de doses ainda em 2020 e mais 1,3 bilhão em 2021: “Confiamos em nossa vasta experiência e na infraestrutura da cadeia de dispositivos de refrigeração existente para distribuir a vacina em todo o mundo”, afirma a companhia.

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Fonte: Financial Times, CNN Health.

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