Empresas como Apple, Google e Uber têm dedicado cada vez mais atenção à área da saúde
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Em julho de 2019, representantes de quatro gigantes do Vale do Silício anunciaram que irão criar um sistema que facilite o acesso das pessoas às próprias informações médicas. Apple, Google, Amazon e Microsoft estiveram em um evento na Casa Branca, no qual o anúncio foi feito ao lado de algumas das maiores seguradoras de saúde e hospitais dos Estados Unidos.
O objetivo é que os pacientes consigam consultar os dados de saúde conhecidos como reivindicações, que são informações referentes a testes, visitas e procedimentos médicos, entre outros itens, que deveriam ser repassados com mais facilidade. Além disso, os usuários poderão rastrear as suas contas médicas, escolher planos de saúde e reduzir fraudes.
Ryan Howells, da CARIN Alliance, resumiu a novidade como uma facilitadora para os pacientes.
“Eu [paciente] terei acesso às informações de minhas reivindicações em qualquer aplicativo de minha escolha, como o da Apple”, explicou Howells, durante o evento na Casa Branca. A CARIN Alliance é uma colaboração bipartidária e multissetorial que trabalha para “promover o intercâmbio de informações de saúde direcionadas ao consumidor”.
Foi ela a responsável por apresentar as especificações com as quais as empresas deveriam trabalhar.
Além da iniciativa apresentada em julho, as gigantes da tecnologia têm seus próprios investimentos na área da saúde. A Amazon, por exemplo, adquiriu em junho de 2018 a PillPack, empresa que trabalha com o envio de remédios com base nas doses das prescrições.
Também lançou o aplicativo Amazon Care, que permite que os funcionários de Seattle tenham acesso a visitas virtuais com médicos e atendimento domiciliar; embora o serviço seja direcionado para funcionários, a Amazon pode expandi-lo no futuro. Uma indicação nesse sentido é a recente aquisição da Health Navigator, que trabalha com a triagem de pacientes, direcionando-os até o local mais adequado para tratamento.
Boa parte das iniciativas da Google são focadas em integrar o Google Health e a sua própria base de serviços com opções voltadas para o mecanismo de pesquisa, o Android, o Google Maps e o Google Cloud. O responsável por chefiar essa divisão, dr. David Feinberg, também lidera as equipes de saúde do Google AI e DeepMind Health, que trabalham analisando imagens médicas para profissionais da saúde no diagnóstico de doenças e no tratamento de pacientes.
A Apple vem desenvolvendo diversos recursos ligados ao Apple Watch. O relógio inteligente da empresa consegue acompanhar a frequência cardíaca do usuário e verificar se existe algum ritmo anormal, além de detectar quedas. Caso isso ocorra, o relógio envia um alerta para o serviço de emergência e para os contatos cadastrados, informando a situação e a localização da pessoa, caso ela permaneça mais de um minuto sem se mover. Os iPhones também têm um aplicativo que pode coletar dados de saúde dos usuários e sincronizar com registros de hospitais.
Empresas como Microsoft e Facebook também têm investido recursos em tecnologias para a saúde, porém ambas ainda precisam lidar com certo ceticismo por situações passadas. A rede social de Mark Zuckerberg busca incentivar os usuários a fazerem check-ups, doarem sangue e informarem onde é possível fazer determinada consulta ou realizar algum exame, mas os recentes escândalos de vazamento de dados podem criar uma barreira para que os usuários aceitem compartilhar informações tão pessoais.
No caso da Microsoft, uma ferramenta de registros de saúde chamada HealthVault se mostrou pouco funcional, tendo sido encerrada em novembro de 2019. Atualmente, a empresa tem direcionado investimentos para desenvolver softwares e serviços na nuvem.
Outro segmento que tem atraído empresas é o de transportes. Uber e Lyft, por exemplo, tem prestado cada vez mais atenção nesse mercado, com serviços como Uber Health, que foca, principalmente, usuários idosos nos planos Medicare, do programa federal de seguro de saúde dos Estados Unidos: o médico agenda a corrida e o paciente recebe os detalhes, de maneira parecida com o serviço convencional.
Fontes: CNBC, Tech Crunch, Business Insider.