Vacinas e fake news: o impacto de notícias falsas sobre a vacinação no Brasil

30 de setembro de 2019 4 mins. de leitura
Queda na procura por vacinas pode ser consequência de fake news nas redes sociais

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O compartilhamento de conteúdos na internet pode ter vários efeitos na sociedade, uma vez que é capaz tanto de informar e alertar a população sobre diversos assuntos quanto de trazer muita desinformação por meio de notícias falsas.

Na área da saúde, por exemplo, a divulgação de fake news ocasionou a queda na procura por vacinas e, consequentemente, favoreceu o aumento de casos de doenças que já haviam deixado de ser um problema. Confira de onde vem essa onda de fake news acerca da vacinação e quais são seus impactos na sociedade.

Por que as vacinas são importantes?

De acordo com o Ministério da Saúde, as vacinas fizeram o número de casos de doenças como tétano, febre amarela e varíola cair a ponto de quase deixar de existir em nosso país. Isso é possível porque, com a maioria da população vacinada, os agentes causadores dessas doenças deixam de circular em muitos ambientes — e mesmo quando um indivíduo entra em contato com eles não desenvolve a doenças por já estar imune.

O perigo das fake news sobre as vacinas

Mesmo com tantos benefícios, a vacinação está sofrendo diversos ataques que têm assombrado a saúde pública brasileira: uma onda de fake news nas redes sociais tem feito com que o uso de vacinas seja contestado, temido e deixado de lado.

As notícias falsas sobre as imunizações são alimentadas pelos movimentos antivacina, que argumentam que o uso dos medicamentos pode trazer outros problemas para a saúde, não respeita a individualidade e a liberdade dos pais ou infringe princípios religiosos.

O movimento antivacina cresceu nos anos 1990, quando o médico britânico Andrew Wakefield publicou um estudo apontando uma possível relação entre a vacina tríplice viral e o desenvolvimento de autismo. Rapidamente, o medo das vacinas aumentou no Reino unido e se espalhou por todo o mundo. Apesar de a publicação já ter sido desmentida várias vezes e muitos estudos comprovarem que a teoria apresentada por Wakefield foi fraudada para exibir o resultado que ele pretendia, o movimento antivacina segue ganhando adeptos até hoje e crescendo cada dia mais.

As redes sociais, que são fonte de informações para a grande maioria dos brasileiros, dão ainda mais força para o movimento, uma vez que facilitam o compartilhamento de conteúdos fraudulentos que deixam a população desorientada.

Em entrevista para o programa “Bem Estar”, da Rede Globo, a epidemiologista franco-americana Laurence Cibrelus, chefe da estratégia de combate à doença na Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que as fake news estão influenciando a meta de vacinação no Brasil e explicou que atualmente o índice ideal de vacinação seria de 80% da população, mas que apenas 55% foram imunizados.

Doenças estão voltando por falta de vacinas

O crescimento da ideologia antivacina, alimentado pelas fake news nas redes sociais, fez com que diversas doenças que já eram consideradas erradicadas voltassem a aparecer na população brasileira.

O sarampo, por exemplo, era tratado como eliminado no Brasil em 2016, mas em 2018 voltou a oferecer perigo para a população, e dados da OMS apontam até para um possível surto no País. O aumento do número de casos de poliomielite (paralisia infantil), difteria e rubéola também mostra o perigo que a falta de vacinação pode oferecer para a sociedade.

O combate às fake news sobre vacinas

O Ministério da Saúde garante, com respaldo técnico de equipes especializadas, que as vacinas são seguras e que o resultado obtido não se resume a evitar doenças, mas sim a salvar vidas. Por isso é recomendado que as pessoas não deem atenção para fake news de nenhuma natureza, principalmente da área da saúde.

Para tentar combater o problema, o órgão criou o programa Saúde Sem Fake News, no qual recebe conteúdos suspeitos pelo número de WhatsApp (61) 9289-464, checa a veracidade das informações, responde ao leitor que entrou em contato e publica o resultado no site: http://www.saude.gov.br/fakenews.

Nesses espaços, qualquer cidadão pode tirar dúvidas antes de compartilhar conteúdos que podem ser falsos.

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Fontes: Ministério da Saúde, Unimed.

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