Indícios associam os sintomas prolongados da doença à reativação dos vírus causadores de mononucleose e herpes
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Fadiga, dificuldades de concentração, lapsos de memória e queda de cabelo estão entre os principais sintomas que persistem em pessoas que contraíram o coronavírus mesmo após meses da recuperação. Também conhecida como síndrome pós-covid, a condição pode gerar mais de 50 efeitos a longo prazo e preocupa profissionais da Saúde no mundo todo, que buscam encontrar em estudos os indícios para tratar pacientes.
Em pesquisa realizada nos Estados Unidos, pesquisadores identificaram que diferentes vírus da família do herpes podem ser reativados devido às complicações no sistema imunológico. Veja aqui como essa associação acontece.
A síndrome acomete pessoas que contraíram o vírus da covid-19 e ficaram assintomáticas ou tiveram de sintomas leves a graves, tornando-se uma grande incógnita para a comunidade médica. No entanto, estudos conduzidos por diferentes entidades estão ajudando a elucidar a questão.
Em uma pesquisa publicada em maio deste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Minas Gerais constatou que 50% dos participantes do estudo tiveram sintomas pós-infecção. A análise acompanhou 646 pacientes, com idades entre 18 anos e 91 anos, durante 14 meses, identificando que existem fatores de risco que podem provocar uma infecção mais grave, aumentando as chances de desenvolver a forma prolongada do coronavírus.
Entre os fatores foram observadas sete comorbidades, sendo elas:
Pessoas que apresentam as condições precisam tomar cuidado redobrado para evitar a contração do coronavírus com presença de sintomas que perduram por meses.
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Segundo o estudo conduzido pela imunologista Akiko Iwasaki, associada à Yale School of Medicine, pacientes com a síndrome apresentaram características imunológicas específicas. A pesquisa acompanhou 99 pessoas com a condição e outras 116 que contraíram o coronavírus com recuperação completa ou não contraíram o vírus. Ao analisar o primeiro grupo, cientistas identificaram alterações nos níveis de:
As alterações no organismo também demonstraram indícios de que pessoas com a condição prolongada podem ter os vírus do herpes reativados após a infecção. Os dois principais vírus são:
Os resultados identificados são de extrema importância para o avanço no tratamento da condição, mas ainda são defasados e com amostragem pequena, não sendo suficientes para determinar novas opções terapêuticas.
Iwasaki alerta para as limitações encontradas durante a pesquisa e diz que esse foi um estudo conduzido de maneira exploratória, hipotética e sem conclusão clara das diferentes manifestações que a doença pode gerar nos pacientes. A equipe segue desenvolvendo testes e adaptando as metodologias para encontrar indícios cada vez mais reveladores dos impactos dos sintomas prolongados da doença.
Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.
Fonte: Instituto Butantan, Veja Saúde, Nature.