Puberdade precoce pode ocorrer pelo uso excessivo de smartphones
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O Brasil é o país em que crianças e adolescentes mais usam smartphones, superando a média global, segundo estudo conduzido pela empresa McAfee. A exposição excessiva e contínua preocupa organizações e profissionais de Saúde, além dos pais.
Um estudo apresentado durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, em junho de 2022, baseou-se na exposição às luzes normal e azul de três grupos de ratas fêmeas para identificar como a puberdade precoce pode estar sendo estimulada pela alta exposição a smartphones. Acompanhe a leitura para entender como isso ocorre.
A puberdade é um processo natural do corpo humano, em que crianças entram na fase de maturação sexual, passando por transformações corporais.
Nesse estágio da vida, é natural que as crianças notem mudanças como:
No caso da puberdade precoce, esses sinais começam a surgir entre os oito e nove anos de idade — antes do tempo considerado normal. Existem muitas causas para esse processo, mas especialistas relatam uma importante relação com as telas de celular.
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Por mais que as crianças estejam entrando na puberdade mais cedo, esse cenário não pode ser naturalizado. Isso porque é um quadro perigoso para a saúde, especialmente das meninas.
Quando a maturação feminina acontece de forma precoce, há maiores riscos de:
Apesar de não ser considerada uma doença grave, a puberdade precoce deve ser identificada e acompanhada por médicos endocrinologistas, que vão fechar o diagnóstico e recomendar o tratamento ideal para cada caso.
No geral, as crianças são tratadas a partir de diferentes abordagens, sendo as duas principais:
Ainda, diminuir a exposição a telas de smartphones, tablets, televisões e computadores é uma ótima forma de inibir o processo.
A pesquisa apresentada em junho foi conduzida em ratas fêmeas, o que os próprios pesquisadores apontam como um fator para a não certeza da reprodução dos achados do estudo em crianças.
Ainda assim, eles realizaram a pesquisa em três grupos, sendo:
Segundo os pesquisadores, os indícios da puberdade ocorreram primeiro nos grupos que estiveram em contato com a luz azul durante seis horas e 12 horas, sendo que, quanto maior o tempo de exposição, mais precocemente os sinais surgiram.
Durante a análise, foram identificadas alterações hormonais nos grupos mais expostos à luz azul, com redução nos níveis de melatonina, hormônio importante na atuação do sono, e aumento nos dos hormônios reprodutivos, causando inflamação nos ovários e danos celulares.
De acordo com a equipe que conduziu a pesquisa, os impactos a longo prazo podem ser de grave consequência na saúde reprodutiva das crianças, mas novos estudos devem ser desenvolvidos para entender como a saúde infantil está sendo atingida.
Fonte: Forbes Brasil, Viva Bem, O Globo